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Acesse GrátisQuestões de Português - Sintaxe
Questão 25 1373247
MULTIVIX 2020Leia o texto a seguir para responder à questão.
YOUTUBE, O PARAÍSO DA PUBLICIDADE INFANTIL
CANAIS QUE SÓ FALTAM VENDER BRINQUEDOS ATRAEM MULTIDÕES DE CRIANÇAS NA PLATAFORMA DE VÍDEOS
Por Daniel Salgado (Adaptado)
(1) Que o YouTube é uma plataforma digital gigantesca, todo mundo sabe. E também que já existem
muitas pessoas que tiram seu provento do dinheiro gerado pelas visualizações e propagandas em seus
canais na rede. Ainda assim, não pude negar minha surpresa ao descobrir que o maior faturamento
entre os youtubers ficou com um garoto de 7 anos de idade, o americano Ryan.
(5) Dono do canal ‘RyanToysReviews’, ele e seus pais embolsaram US$ 22 milhões ao longo do último
ano. O valor, que é exorbitante em qualquer contexto, vem de seus incontáveis vídeos, nos quais o
garoto e seus progenitores aparecem brincando com diversos brinquedos recém-lançados e
comentando suas qualidades e defeitos. Seu canal, que desde 2015 acumula 17 milhões de inscritos
e 26 bilhões (!) de visualizações, posta vídeos quase diariamente. Só na última semana foram sete.
(10) Ignorando fatores como o tempo gasto pelo pequeno para gravar esses vídeos num ritmo de
conteúdo diário, é surpreendente pensar que ele arregimentou a quantia milionária ao, basicamente,
fazer propagandas para que crianças queiram comprar os mais variados brinquedos. E uma rápida
pesquisa no YouTube mostra que seus pais não são os únicos a investir nesse filão.
(14) Não acredita? É só procurar por um termo como “toys” (brinquedos, em inglês) e ver que existem
canais como ‘ToyPudding TV (12 bilhões de visualizações); ‘Super Kids Toys’ (291 milhões); ‘Kids
Diana Show’ (4 bilhões) e ‘CKN Toys’ (8 bilhões).
(17) Os formatos são dos mais variados: alguns utilizam crianças para brincar com os produtos
enviados — às vezes com vídeos patrocinados —, outros apenas mostram os brinquedos para adultos.
Há até a categoria de “unboxing”, dedicada apenas a mostrar a abertura da caixa do brinquedo.
(20) Em comum a todos está a fetichização de uma mercadoria para uma parcela da população
altamente suscetível à publicidade. Ainda que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
seja contrário a propaganda infantil, e haja uma legislação que coíba a prática no Brasil, o grande truque
desses canais é que eles fogem à classificação tradicional de publicidade para crianças.
(24) Não são comerciais pagos pelas empresas de brinquedos nem têm mensagens explícitas
convocando a compra do objeto x ou y. De certa maneira, funcionam quase como os desenhos
animados dos anos 90 que buscavam vender video-games, jogos de cartas e outros tantos produtos.
Que jovem daquela época não assistiu a Pokemon, Digimon ou algum programa similar?
(28) O precedente histórico não muda o fato de que esses canais glorificam e promovem
insistentemente brinquedos para as crianças na plataforma. E isso sem qualquer verniz artístico ou de
entretenimento animado como os cartuns ou gibis.
(31) As crianças, que ficam hipnotizadas pelos vídeos — quem já viu uma assistindo a esses canais
sabe do que estou falando —, saem quase sempre interessadas ou clamando pelos brinquedos
apresentados. O panorama não deve mudar: a legislação de regulação infantil varia muito de país para
país, e o YouTube, com seu alcance global, passa ao largo de controle nesse quesito, ao contrário de
canais de televisão ou revistas.
(36) É de se imaginar que, no ano que vem, os pais de Ryan e de alguns outros astros mirins da rede
tenham ainda mais ganhos para seu pé-de-meia generoso. Não faltará dinheiro para seus brinquedos.
Cabe saber se teremos nós os meios necessários para presentear nossas crianças.
Disponível em: https://epoca.globo.com/youtube-paraiso-da-publicidade-infantil-23289383. Acesso em 25 ago. 2019.
A oração em destaque “o valor, que é exorbitante em qualquer contexto, vem de seus incontáveis vídeos, nos quais o garoto e seus progenitores aparecem brincando com diversos brinquedos recém-lançados e comentando suas qualidades e defeitos.” (l. 6-8), tem a mesma classificação sintática da contida no item.
Questão 13 1735825
UEL 2° Fase 2020Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda a questão
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
Sobre o trecho “E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra”, assinale a alternativa que substitui, corretamente, os dois pontos, sem alterar o sentido original.
Questão 14 2095539
ESPM 2020/1Texto para a questão.
Leia:
(...)Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.
Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)
Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.
(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
No trecho: Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela..., o termo em destaque pode ser substituído sem prejuízo semântico por:
Questão 9 2248562
FACASPER 2020Assinale a opção que não atende corretamente às regras de concordância nominal, de acordo com a norma culta:
Questão 4 2460565
UPE 3° Fase 1° Dia SSA 2020O Texto serve de base para a questão.
Texto
Com você ando melhor
Semana passada, escutamos consternadas o relato de uma pessoa querida. A gente vai chamá-la de Sônia. Militante de esquerda, ela foi presa nos anos 1970. Foi torturada. Esteve nos porões do Dops, nas mãos da Oban e ficou encarcerada no infame Presídio Tiradentes. Passou um bom tempo na ala feminina do presídio. Seu marido foi também preso, também torturado e também confinado. Residiu na ala masculina do mesmo Tiradentes.
Na cadeia, Sônia conheceu uma menina. Uma companheira cativa. Chamaremos de Raquel. Assustadas, machucadas e habitando um ambiente absurdamente hostil, as duas não sabiam quando sairiam daquele lugar. Nem sequer se um dia voltariam para casa. Submersas nessa insegurança, se aproximaram. Viraram amigas.
Uns meses depois da chegada de Raquel ao Tiradentes, Sônia percebeu que a menina estava agoniada. Bem jovem, Raquel tinha um namoradinho. E tinha quase certeza de que estava grávida do moço. Um menino igualmente jovem. Sônia frisou: muito agoniada.
Fizemos mil suposições. Imaginamos que a agonia de Raquel vinha do medo de dar à luz no cárcere. De o namoradinho não esperar por ela. Dele também estar preso, sofrendo o que ela estava sofrendo. Quem sabe, até pior. Como será experimentar tamanha vulnerabilidade e incerteza?
Sônia seguiu contando. Disse que, num determinado momento, ela e Raquel entenderam que era imprescindível fazer um exame para confirmar a gravidez. Sônia foi então à administração do presídio e requisitou um exame de urina. Para ela. Levou o material para a sua cela. Lá, Raquel esperava ansiosa. Coletou o material necessário. Sônia voltou à administração do Tiradentes e o submeteu em seu nome.
Estranhamos. Por que o exame com os nomes trocados? Por que não testar o material de Raquel, de fato receosa e precisando saber do resultado?
Sônia explicou comovida: Raquel era formalmente solteira. Era o que constava na ficha dela. Estado civil: solteira. Quando mulheres com esse status exibiam comportamento interpretado pelas autoridades como promíscuo, voltavam às salas de tortura (ou para onde fosse confortável para seus algozes aproveitarem melhor suas vítimas).
O desfecho dessa história não é importante. O fato de as duas mulheres serem militantes de esquerda presas e cruelmente torturadas em razão de sua militância também não é determinante para o que nos interessa dizer. Hoje queremos falar de sororidade, essa palavra que designa o vínculo entre mulheres. Um vínculo recheado de empatia, companheirismo, cumplicidade, afeto. O vínculo que nos faz resistentes, resilientes. O combustível das redes de apoio e acolhimento que as mulheres constroem sempre, em todo canto e a todo tempo.
Toda mulher é sempre muitas mulheres. Tem sempre muitas outras com ela. Por ela. E tem mais. Os homens no poder insistem em diminuir nossa luta por direitos e dizer que nossa aptidão para a construção de redes é um dado da natureza. Seríamos naturalmente mais gregárias. Mentira. Fomos obrigadas a desenvolver estratégias de sobrevivência rizomáticas que não nos deixassem à mercê de um Estado que não nos ampara adequadamente.
Não é à toa que as feministas, quando marcham, sempre cantam: "companheira me ajuda/ que não posso andar só/ eu sozinha ando bem/ mas com você ando melhor."
Ontem, Dia das Mães, esperamos que vocês tenham celebrado suas mães. Mas torcemos para que tenham reconhecido e festejado igualmente todas as muitas outras mulheres em torno delas. A rede que fez e faz a maternidade e a maternagem delas possíveis.
Antonia Pellegrino e Manoela Miklos. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonia-pellegrino-e-manoelamiklos/2019/05/com-voce-ando-melhor.shtml. Acesso em: 15/mai., 2019.
Assinale a alternativa na qual o trecho destacado cumpre a função de localizar temporalmente o que é dito em seguida.
Questão 12 1204717
EPCAR 2019TEXTO
A Marselhesa do subúrbio
Sérgio Martins
Tchudum, tchá, tchá, tchá, tchá, tchudum, tchá,
tchá, tchá, tchá, tchudum... São 2 horas da manhã
numa casa noturna de São Paulo e os frequentadores
estão dançando uma batida eletrônica repetitiva. Dali a
[5] uma hora e meia, MC Guimê, o principal nome do funk
ostentação, fará seu show, acompanhado de um DJ e
de duas dançarinas, e com a participação especial do
rapper Emicida. /.../ Encontram-se ali jovens de bairros
suburbanos – os meninos com correntes douradas, as
[10] meninas com saia bem curtinha, e todos com roupas de
grife – e também os chamados “playboys”. Quando
Guimê finalmente sobe ao palco, a temperatura da casa
parece subir. Por quarenta minutos, ele intercala
canções de seu repertório com sucessos de outros
[15] funkeiros, canta o rap do quarteto Racionais MC’s e cita
o Salmo 23 (“O senhor é meu pastor / Nada me faltará”).
Nada falta mesmo: suas letras carregam uma tal
profusão de marcas – carros, roupas, perfumes, bebidas
– que até se poderia suspeitar de vultosos contratos de
[20] merchandising. Não é o caso. Para Guimê, natural da
periferia de Osasco, cidade da Grande São Paulo, falar
desses objetos de consumo – e, acima de tudo, adquirilos
– é uma aspiração realizada, uma senha para a
entrada na sociedade. O público não só entende como
[25] compartilha o sonho de Guimê: muitos fãs, no meio da
dança, erguem garrafas de uísque escocês como se
fossem troféus. Festas e shows assim se repetem por
outras cidades e clubes. Como tantos gêneros musicais
que vieram das áreas urbanas mais pobres, o funk já
[30] conquistou parte da classe média. Mas é sobretudo
entre a garotada da periferia que ele tem a ressonância
de uma Marselhesa: um hino de cidadania e identidade
para os jovens das classes C, D e E. /.../
(Revista Veja, 29 de janeiro de 2014, p. 73 e 74)
Observe os termos sublinhados em cada alternativa e assinale aquela cuja análise, entre parênteses, está adequada.