Questões de Literatura - Literatura portuguesa - Escolas Literárias - Barroco
O elemento cristão da Idade Média e o racionalista do Renascimento geraram o dualismo _______, característico de um período em que o homem busca a conciliação do espiritualismo medieval com o humanismo posto em voga pelos renascentistas. A tentativa de conciliar essas tendências provocou a tensão, tão peculiar a esse estilo, e as contradições próprias a uma tendência que ora festeja a razão, ora a fé; ora o sensorial, ora o espiritual.
(Lígia Cademartori. Períodos literários, 1987. Adaptado.)
A lacuna do texto deve ser preenchida por:
Leia o poema "Queixa-se o poeta da plebe ignorante e perseguidora das virtudes", de Gregório de Matos, para responder à questão.
Que me quer o Brasil, que me persegue?
Que me querem pasguates1 que me invejam?
Não veem que os entendidos me cortejam,
E que os nobres é gente que me segue?
Com seu ódio a canalha que consegue?
Com sua inveja os néscios2 que motejam3?
Se quando os néscios por meu mal mourejam4,
Fazem os sábios que a meu mal me entregue.
Isto posto, ignorantes e canalha,
Se ficam por canalha, e ignorantes
No rol das bestas a roerem palha:
E se os senhores nobres e elegantes
Não querem que o soneto vá de valha5.
Não vá, que tem terriveis consoantes6.
(José Miguel Wisnik (org.). Poemas escolhidos, 2010.)
1 pasguate: imbecil.
2 néscio: ignorante.
3 motejar: escarnecer.
4 mourejar: esforçar-se.
5 in de valha: in além do que está registrado.
6 consoantes: rimas em que todos os sons são idênticos.
A classificação desse poema de Gregório de Matos como soneto deve-se
Observe as imagens a seguir:
Imagem 4
Camões
Imagem 5
Boca do Inferno
Imagem 6
Cláudio Manuel da Costa
Imagem 7
Tomás Antônio Gonzaga
Imagem 8
Basílio da Gama
Imagem 9
Santa Rita Durão
Analise as afirmativas abaixo e coloque V nas verdadeiras e F nas falsas.
( ) As imagens 6 e 7 retratam, respectivamente, os autores dos poemas épicos Marília de Dirceu e Vila Rica.
( ) O poeta baiano, retratado na imagem 5, é reconhecido como criador de textos poéticos de temáticas amorosa, religiosa e satírica.
( ) Todas as imagens retratam poetas brasileiros; a imagem 4 apresenta o autor de Os Lusíadas, um dos mais belos sonetos sobre o amor em língua portuguesa.
( ) Santa Rita Durão, retratado na imagem 9, é o autor do poema épico Caramuru, adaptado para o cinema com o título Caramuru – A invenção do Brasil, dirigido por Guel Arraes. Nele, há uma história de amor, vivida pelas índias Moema e Paraguaçu com o português Diogo Álvares Pereira.
( ) O autor retratado na imagem 8 é o criador do poema O Uraguai, no qual se encontra o relato da Guerra dos Sete Povos das Missões e a morte de Lindoia, amada de Cacambo, que prefere a morte a ser obrigada a casar com Baldeta.
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.
Considerado o mais prolífico poeta do Barroco brasileiro, Gregório de Matos criticou e satirizou tanto os fidalgos “caramurus” quanto os mestiços e as mulatas. No entanto, a sua obra poética não só se compõe de críticas e de sátiras, mas explora também temas como:
1) A devoção religiosa.
2) A crítica ao papado.
3) A fugacidade da vida.
4) A crítica aos senhores de engenho.
5) A defesa de uma República federalista.
Estão corretas, apenas:
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.
(Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira)
¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
A expressão que traduz a ideia de rebuscamento no estilo é:
Ora, suposto que já somos pó, e não pode deixar de ser, pois Deus o disse; perguntar-me-eis, e com muita razão, em que nos distinguimos logo os vivos dos mortos? Os mortos são pó, nós também somos pó: em que nos distinguimos uns dos outros? Distinguimo-nos os vivos dos mortos, assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó levantado, os mortos são pó caído; os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz: “Hic jacet”*.
(Pe. Antônio Vieira, Sermão da Quarta-Feira de Cinza)
“Hic jacet”: aqui jaz
Padre Vieira, maior orador sacro da língua portuguesa, produziu mais de 200 sermões. Percebem-se no texto um tom oral ou características do discurso falado devido:
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