Redação #964817
Previsão: 11/04/2022
Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só evolui quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o aquecimento global e a emissão de gases o efeito estufa, verifica-se que esse ideal iluminista não é constatado desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela falta de exigências para o funcionamento industrial, seja pela ignorância popular para com a temática.
É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristoteles, a política deve ser usada de forma que, por meio-dia justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, o desinteresse governamental nos métodos de funcionamento das indústrias rompe essa harmonia, haja vista quantas fábricas lançam toneladas de gases nocivos à atmosfera e descartam seus resíduos de forma indevida, sem qualquer pudor.
Outrossim, destaca-se a ignorância popular como impulsionador da questão abordada. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de raciocínio, observa-se que pensamentos comuns como "só um não faz diferença" ou "alguém irá fazer" atrapalham que pequenas atitudes positivas sejam realizadas em massa, e que dessa forma impactos climáticos reduzam gradualmente.
É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, os poderes legislativo e executivo devem orientar medidas de funcionamento para as indústrias, de forma que um equilíbrio entre as atividades industriais e o meio ambiente seja alcançado. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve instituir palestras e campanhas publicitárias que discutam o poder das pequenas ações ambientais no cotidiano, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria de Platão.
Linhares - ES