Redação #938643
Previsão: 04/03/2022
Há mais de um século, Louis Pasteur, microbiologista francês, postulou a ideia de que micróbios causavam doenças e que, portanto, a insalubridade era uma ameaça à saúde humana. Contemporaneamente, no Brasil, entretanto, as condições sépticas condenadas por Pasteur ainda imperam, pois, de acordo com o Instituto Trata Brasil, 48% da população não possue saneamento básico em seus lares, um fenômeno gravíssimo. Desse modo, torna-se premente a análise das principais causas do problema: a incompetência do poder público e a imobilidade da iniciativa privada na área.
Deve-se destacar, por primeiro, que a incapacidade do Estado de garantir o acesso universal à coleta, ao tratamento de esgoto e à distribuição de água potável é uma das causas mais vergonhosas do óbice. Segundo um documentário do Câmera Record, a maior parte da população da capital de Rondônia, Porto-Velho, não tem esse conjunto de serviços básicos, regalia desfrutada apenas pelos mais ricos, o que demonstra, claramente, a impotência dos líderes e órgãos estaduais, os quais expõem centenas de vidas às consequências de um meio abjeto. Assim, percebe-se a urgência por uma maneira dinâmica de lutar contra a parcialidade pública.
Vale salientar, outrossim, que o pequeno número de empresas privadas que oferecem esse serviço também é uma das causas desse distúrbio social, visto que sujeita os cidadãos ao "absolutismo estatal". Conforme uma pesquisa do IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apenas 3,6% do bem em questão é disponibilizado por empresas particulares, sendo assim, parece pertinente o empoderamento destas, acelerando, logicamente, a universalização do saneamento, devido a concorrência entre o Estado e elas. Com efeito, experimentos sociais devem ser conduzidos com o fito de levar esse direito fundamental a todos.
Diante disso, é mister uma forma de atenuar o problema. Para isso, o Governo Federal deve, por meio de subsídios e fomentos à contratação de seus serviços pela massa, incentivar o setor privado a investir maciçamente em saneamento básico de qualidade, constituindo-o, dessarte, um concorrente para com as empresas estatais da Federação, a fim de universalizar um benefício extremamente importante.
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