Redação #1254482
Previsão: 16/11/2022
Chimamanda Adichie afirma que o "status quo" - o estado das coisas - é sempre penosa. Nessa perspectiva, percebe-se tal dificuldade de mudança no aumento da evasão escolar no Brasil, em que, com os efeitos da pandemia, Covid-19, cerca de 200 mil crianças e adolescentes pararam de frequentar as escolas. Nesse sentido, observa-se um delicado problema, que tem como causas a negligência governamental e o silenciamento.
Nesse contexto, em primeiro plano, é preciso atentar para a negligência governamental presente na questão. Para Thomas Hobbes, o Estado é responsável pela a educação dos cidadãos. Porém, tal responsabilidade não está sendo honrada quanto à evasão escolar, visto que o abandono escolar entre jovens, segundo o IBGE, é de 30,7%. Sob esse viés, é lícito citar a desigualdade social como principal causa, dado que muitos jovens abandonam a escola pra ir em busca de melhor condição de vida. Assim, para que tal educação seja usufruída, o Estado precisa sair da inércia em que se encontra.
Além disso, é coerente apontar que o silenciamento impacta a questão. Djamila Ribeiro explica que é preciso tirar uma situação da invisibilidade para que soluções sejam promovidas. Porém, há um silenciamento instaurado no aumento da evasão escolar no Brasil, uma vez que o reduzido debate sobre a evasão escolar, bem como a reduzida presença de estratégias para facilitar acesso às escolas para pessoas de baixa renda, dificultam a mudança dessa situação preocupante. Assim, urge tirar essa situação da invisibilidade para atuar sobre ela, como defende a pensadora.
Portanto, faz-se necessário uma intervenção. Para isso, a atuação governamental na evasão escolar é imprescindível. Assim, a fim de ampliar o número de jovens nas escolas, principalmente pessoas de baixa renda. Cabe ao Poder Executivo Federal, mais especificamente ao Ministério da Educação estimule ações estratégias, por meio da implementação de um projeto nacional. Paralelamente, é preciso intervir sobre o silenciamento. Somente assim, com a conjuntura de tais ações, a mudança do estado das coisas deixará de ser sempre penosa, conforme afirma Chimamanda Adichie.
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