Redação #1174814
Previsão: 05/10/2022
De acordo com a historiadora Lilia Schwarz, a colonização do Brasil resultou no genocídio de inúmeras etnias indígenas que viviam no território. Contudo, tantos anos após tais ocorrências, os povos originários ainda sofrem incomparáveis injustiças, como no caso do garimpo ilegal em suas terras. Nesse âmbito, torna-se necessário trazer à discussão as questões da descaracterização do espaço e dos ataques à saúde em ligação com o garimpo ilegal nas terras indígenas.
De início, é indubitável a mudança na paisagem do espaço indígena como efeito do garimpo ilegal. A partir de ações como a instalação de equipamentos, desmatamento, etc., partes da floresta são agredidas. Sendo a cultura indígena muito ligada à natureza, essa acaba sendo afetada pelas alterações prejudiciais na mata. Nesse viés, cabe ressaltar o dever constitucional de preservar a cultura dos povos originários, o que não se realiza na prática. Dessa forma, os direitos dos indígenas pela preservação da cultura é negado por interesses econômicos extrativistas.
Ademais, é fundamental destacar os ataques à saúde dos indígenas como efeito negativo do garimpo ilegal. Na atividade garimpeira, elementos naturais, como corpos dágua, frequentemente entram em contato com substâncias tóxicas, a exemplo do mercúrio. Logo, ao fazer uso da natureza para alimentação, o indígena acaba ingerindo resíduos tóxicos. Dessa maneira, a atividade de garimpo ilegal fere a saúde dos povos indígenas.
Portanto, faz-se necessário a intervenção do Governo Federal sobre a questão. Caberá ao Estado a tarefa de incrementar a proteção de terras indígenas, combatendo mais fortemente o garimpo ilegal. Tal ação ocorrerá por meio do direcionamento de grupos especiais de segurança para fiscalizar atividades extrativistas ilegais em áreas indígenas, com a instalação de câmeras e visitas regulares a cada bimestre. Objetiva-se, assim, garantir o respeito aos povos originários, desvencilhando o país de seu passado colonial.
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