Leia a estrofe inicial de um poema de José de Anchieta (1534-1597) para responder à questão.
Não há cousa segura;
Tudo quanto se vê, se vai passando;
A vida não tem dura;
O bem se vai gastando,
E toda criatura vai voando.
(Sérgio Buarque de Holanda (org.). Antologia dos poetas brasileiros da fase colonial, 1979.)
Do ponto de vista temático, esta estrofe de José de Anchieta aproxima-se do seguinte fragmento extraído da obra poética de Gregório de Matos (1633-1696):
Leia o trecho do “Sermão da Sexagésima”, de Antonio Vieira (1608-1697), para responder à questão.
O mais antigo pregador que houve no mundo foi o Céu. Suposto que o Céu é pregador, deve de ter sermões e deve de ter palavras. E quais são estes sermões e estas palavras do Céu? As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. Vede como diz o estilo de pregar do Céu, com o estilo que Cristo ensinou na terra? Um e outro é semear; a terra semeada de trigo, o céu semeado de estrelas. O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha, ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, da outra há de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do Céu o estilo da disposição, e também o das palavras.
(Antonio Vieira. Essencial, 2011. Adaptado.)
No sermão, Antonio Vieira
O curupira é um dos mais populares personagens míticos das matas brasileiras, representado por um anão, com os pés ao inverso, com os calcanhares para frente. Demônio da floresta, explicador dos rumores misteriosos, desaparecimento de caçadores, esquecimento de caminhos, pavores súbitos inexplicáveis.
(Câmara Cascudo. Dicionário do folclore brasileiro, s/d.)
A história do Curupira pode ser definida como um mito, uma vez que constitui