Dor elegante
Paulo Leminski
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra
O poema ressalta que a dor para o eu lírico é
O fin’amor, cultuado e cantado nas cortes da nobreza medieval, é uma relação, em geral, adúltera e constituída por um trio amoroso. Esse trio consiste, como já afirmei, em um grande senhor (um suserano), sua grande Dama (esposa) e um cavaleiro (geralmente despossuído de terras), vassalo do grande senhor. Daí a ideia de uma vassalagem amorosa. Essa relação de vassalagem foi muito utilizada como metáfora para as relações amorosas descritas nos versos dos trovadores, como uma transposição do conceito que serviu para dar sentido às relações entre homens nobres, na época feudal, na Europa Ocidental, para as relações amorosas descritas pelos trovadores, entre um cavaleiro e uma Dama de alta linhagem. Tal como na relação vassálica entre os homens, o cavaleiro – o amante – está a serviço da Dama – a amada -, devendo-lhe fidelidade e lealdade, mas também com submissão e devoção a ela, a pessoa amada. Trata-se de uma relação na qual um amante é despojado de todos os seus limites indenitários para servir à sua Dama.
MULLET, Nilton. A corte amorosa no medievo ocidental (Artigo) In: Café História. Disponível em: https://www. cafehistoria.com.br/a-corte-amorosa-no-medievo-ocidental/. Publicado em: 22 dez. 2022. ISSN: 2674-5917.
Com base na leitura do texto sobre o fin’amor, assinale a alternativa correta.
DIVINA COMÉDIA HUMANA
Belchior
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um sol no quintal
Aí um analista, amigo meu, disse que desse jeito não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
(...)
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo e de novo dizendo sim à paixão, morando na filosofia
(...)
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
E eu vos direi, no entanto
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não, eu canto
Ora direis
(...)
Disponível em: https://www.letras.mus.br/belchior/44454/. Acesso em: 13 Maio 2023.
A partir da leitura do texto, assinale as afirmativas a seguir.
I – O processo criativo nos versos da canção de Belchior se faz por meio da intertextualidade implícita e explícita.
II – A paráfrase, recurso de intertextualidade, faz alusão aos versos de Olavo Bilac.
III – O recurso da paródia presente nos versos da canção dialoga com a obra “Divina Comédia”, de Dante Alighieri.
IV – O sentimento do eu lírico na expressão “Estava mais angustiado” é a mesma emoção sentida pelo personagem “Dante” na obra “Divina Comédia” de Dante Alighieri.
V – O sentido para a arte buscado pelos autores parnasianos está representado no verso: “Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não, eu canto (...)”.
É correto apenas o que se afirma em
Era num estudo da tarde, e enquanto todo mundo lia ou escrevia seus pontos nos cadernos, Maria José, Glória e eu conversávamos segredinhos [...] Irmã Germana entrou de repente, bateu secamente o sinal: – Maria José, Maria Augusta, Maria da Glória, por que não fazem silêncio? [...] Essas três vivem juntas, conversando, vadiando, afastadas de todas. São as três Marias! [...]
(QUEIROZ, Rachel. As Três Marias. 26. Ed. [s.n]: José Olympio, 2015, p.19)
Publicado em 1939, o romance “As três Marias” traz como temática a construção social a respeito da condição da mulher na década 30, além da construção psicológica das personagens de Rachel de Queiroz. Tem-se, na literatura, o reflexo da mulher de 30, além da visão sobre o papel social da mulher. Avalie as alternativas a seguir.
I - A obra de Rachel de Queiroz, As três Marias, é contada em primeira pessoa por Maria da Glória, narradora protagonista.
II - A história se passa, primeiramente e em sua maior parte, em um internato feminino e de orientação católica.
III - Observando o tempo verbal predominantemente empregado, é possível perceber que a narração é feita posteriormente aos fatos narrados.
IV - O romance, em sua maior parte, é contado em tempo cronológico, ou seja, traz uma linearidade para a narrativa, mas é possível perceber a presença de flashbacks.
V - A narração acontece num espaço de tempo de doze anos e relata a história das três Marias: de como se conheceram e a luta que travaram em suas vidas pós-internato em busca de suas identidades.
A respeito da obra em questão, é correto o que se afirma apenas em:
Todos estavam silenciosos. Um operário que vinha pela rua, vendo a aglomeração de meninos na praça, veio para o lado deles. E ficou também parado, escutando a velha música. Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de todo manso (talvez que Iemanjá tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era como que um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia. Neste momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e o conforto da música. Volta Seca não pensava com certeza em Lampião neste momento. Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os malandros da cidade. O Sem-Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos são todos belos. Porque a música saía do bojo do velho carrossel só para eles e para o operário que parara. E era uma valsa velha e triste, já esquecida por todos os homens da cidade.
AMADO, Jorge. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 59-60.
Assinale a opção que melhor traduz a conclusão chegada a partir da leitura do texto.