Texto para a questão.
Uma risada cascateante cortou o silêncio. Virgínia estremeceu. Otávia! Nem três dias tinham se passado, nem três dias e ela conseguia rir e jogar damas. E Bruna reiniciara o bordado no bastidor. E Letícia e Afonso discutiam qual era o mais hábil nas partidas de tênis. E Conrado sorria para Otávia, permitindo complacente que ela o trapaceasse no jogo. Lá estavam todos sob o olhar afetuoso de Frau Herta, lá estavam eles como se nada tivesse acontecido. A chuva caía sobre os mortos, mas ninguém pensava nos mortos. Talvez Conrado ainda se lembrasse, mas ele falava pouco, ninguém podia saber... Vira-o na véspera, rapidamente. “Quero que você seja uma menina corajosa, Virgínia. Não se esqueça nunca de que foi melhor assim.” Esmagou a boca contra o livro, tentando sufocar os soluços.
(Ciranda de Pedra, Lygia Fagundes Telles)
De acordo com o trecho:
Texto para a questão.
Uma risada cascateante cortou o silêncio. Virgínia estremeceu. Otávia! Nem três dias tinham se passado, nem três dias e ela conseguia rir e jogar damas. E Bruna reiniciara o bordado no bastidor. E Letícia e Afonso discutiam qual era o mais hábil nas partidas de tênis. E Conrado sorria para Otávia, permitindo complacente que ela o trapaceasse no jogo. Lá estavam todos sob o olhar afetuoso de Frau Herta, lá estavam eles como se nada tivesse acontecido. A chuva caía sobre os mortos, mas ninguém pensava nos mortos. Talvez Conrado ainda se lembrasse, mas ele falava pouco, ninguém podia saber... Vira-o na véspera, rapidamente. “Quero que você seja uma menina corajosa, Virgínia. Não se esqueça nunca de que foi melhor assim.” Esmagou a boca contra o livro, tentando sufocar os soluços.
(Ciranda de Pedra, Lygia Fagundes Telles)
Segundo o texto:
Textos para responder à questão.
Texto I
Dizei, Senhora, da Beleza ideia:
Para fazerdes esse áureo crino1,
Onde fostes buscar esse ouro fino?
De que escondida mina ou de que veia?
Dos vossos olhos essa luz febeia2,
Esse respeito, de um império dino3?
Se o alcançastes com saber divino,
Se com encantamentos de Medeia?
De que escondidas conchas escolhestes
As perlas preciosas orientais
Que, falando, mostrais no doce riso?
Pois vos formastes tal como quisestes,
Vigiai-vos de vós, não vos vejais;
Fugi das fontes: lembre-vos Narciso.
(CAMÕES, Luís de. Rimas. Texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão. Coimbra: Atlântida Editora, 1973.)
Vocabulário:
1. cabelos
2. do sol
3. digno, merecedor
Texto II
Já sabemos que uma parte importante da poesia de Camões está centrada na representação da mulher amada e na reflexão sobre o Amor. O que neste soneto encontramos, nos termos concentrados que esta forma exige, é uma das componentes mais sofisticadas daquela representação: a mulher é vista não pelos olhos do desejo erótico, mas antes como um ideal de Beleza.
(REIS, Carlos. Rimas e Os Lusíadas. Porto: Porto Editora, 2015.)
Considerando o soneto de Luís Vaz de Camões (1525?/1580) e as observações referentes a ele, do ensaísta português Carlos Reis, pode-se considerar CORRETO o que se afirma em:
No final da obra Iracema, de José de Alencar, lê-se:
Muitos guerreiros de sua raça acompanharam o chefe branco, para fundar com ele a mairi dos cristãos. Veio também um sacerdote de sua religião, de negras vestes, para plantar a cruz na terra selvagem. Poti foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho; não sofria ele nada mais que o separasse de seu irmão branco. Deviam ter ambos um só deus, como tinham um só coração. Ele recebeu com o batismo o nome do santo, cujo era o dia; e o do rei, a quem ia servir, e sobre os dois o seu, na língua dos novos irmãos.
(ALENCAR, 2001, p. 81)
Nesse fragmento, fica evidente que o principal elemento que serviu para a conquista da confiança do índio brasileiro pelo europeu, segundo a visão de José de Alencar, foi:
Observe a relação entre o fragmento literário e a(s) característica(s) naturalista(s) indicada(s).
Em seguida, assinale a alternativa CORRETA:
I) “Aristarco, passando, sorria do espetáculo como um domador poderoso que relaxa. (...) Cerqueira, ratazana, curvado, redobrado, sobre o prato, comia como um restaurante, comia, comia, comia como as sarnas, como um cancro”. (Raul Pompeia. In O Ateneu.). / Zoomorfismo e rebaixamento da condição humana.
II) “Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam um interesse pecuniário. (...) as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, (...). Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular; de reduzir tudo a moeda”. (Aluísio Azevedo. In O Cortiço.). / Patologia social e degradação humana.
III) “Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que dá o título ao livro, (...)”. (Machado de Assis. In Quincas Borba). / Determinismo de meio.
EVOCAÇÃO DO RECIFE
(Fragmento)
(...)
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais
nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada
do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada.
(...)
(Manuel Bandeira. In Libertinagem)
Manuel Bandeira, em sua obra Libertinagem, publicada em 1930, apresenta características do primeiro momento modernista.
Isso fica evidente nesse fragmento transcrito porque o poeta: