A Semana de Arte Moderna, evento organizado por um grupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência em 1922, foi um verdadeiro marco na história de São Paulo, considerada um divisor de águas na cultura brasileira.
Disponível em: https://www.bbc.com. Acesso em: 9 out. 2022.
Entre os intelectuais mencionados, destacam-se
Durante este período de depressão contemplativa, uma coisa apenas magoava-me: não tinha o ar angélico do Ribas, não cantava tão bem como ele. Que faria se morresse, entre os anjos, sem saber cantar?
Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. Boca sem lábios de velha carpideira, desenhada em angústia – a súplica feita boca, a prece perene rasgada em beiços sobre dentes; o queixo fugia-lhe pelo rosto, infinitamente, como uma gota de cera pelo fuste de um círio...
Depois cantava as orações com a doçura feminina de uma virgem aos pés de Maria, alto, trêmulo, aéreo, como aquele prodígio celeste de garganteio da freira Virgínia em um romance do conselheiro Bastos.
Oh! não ser eu angélico como o Ribas! Lembro-me bem de o ver ao banho: tinha as escápulas magras para fora, como duas asas!
POMPÉIA, Raul. O Ateneu. 16ª ed., São Paulo: Ática, 1996 (adaptado).
O Ateneu é de autoria de Raul Pompeia (1863-1895), escritor fluminense filiado ao naturalismo brasileiro. O excerto apresenta características que o identificam como texto naturalista.
Essa caracterização se registra por:
Chico Buarque de Holanda e Francis Hime
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei,
eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me entregar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que inda sou tua
Só pra provar que inda sou tua...
A canção de Chico Buarque de Holanda, “Atrás da porta”, apresenta uma temática que revela traços em comum com os cantores trovadorescos.
Diante disso, afirma-se que o texto reporta-se
Propunha basicamente ‘devorar’ a cultura e as técnicas importadas e provocar sua reelaboração com autonomia, transformando o produto importado em exportável. Buscava a importação de novidades europeias, com objetivo de movimentar o pensamento, depois, criticamente, devorar essas novidades e influências à medida que os modernistas redescobrem a realidade brasileira.
Disponível em: https://www.historiadasartes.com. Acesso em: 6 out. 2022 (adaptado).
O texto faz referência a uma importante publicação denominada
Zé Rodrix e Tavito
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor
Muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites no corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapê
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos, meus livros
E nada mais 9.
Confirmando o aspecto cíclico das tendências literárias, vários temas reaparecem na música contemporânea.
A letra dessa canção faz referência ao estilo de época