[1] As realizações científicas da física no século XVII, em
parte inspiradas em um revivescimento do interesse pelo
atomismo grego e pela filosofia epicurista, muito contribuíram
[4] para incentivar tentativas cada vez mais complexas de explicar
a ação humana sem recorrer às crenças, aos desejos, às
intenções e aos julgamentos morais dos agentes. Por que não
[7] estender ao estudo das criaturas vivas os métodos e modos de
abstração que se haviam revelado tão úteis na explicação e
previsão de fenômenos físicos que iam dos corpos celestes ao
[10] movimento local e à reflexão da luz? O iluminismo setecentista
foi além e usou o crescimento do conhecimento científico
como antídoto contra o veneno do dogma teológico imposto e
[13] a autoridade arbitrária nas questões de crença.
Eduardo Giannetti. O mercado das crenças – filosofia econômica e mudança social. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 41.
Considerando os sentidos e as estruturas do texto acima e outros aspectos por ele suscitados, julgue o item que se segue.
Na pergunta iniciada na linha 6, é apresentada proposta de aplicação dos métodos da física a outras áreas do conhecimento.
[1] O gênero epistolar foi largamente difundido em todo
o período helenístico, ressaltando-se a circulação literária das
cartas de filósofos (Platão e Epicuro, por exemplo) e, a partir
[4] do segundo século, as dos apóstolos e as de outras figuras
cristãs importantes. O que interessa, sobretudo, destacar é que
a carta guarda relações genéricas tanto com o diálogo quanto
[7] com a narrativa. A carta, ainda que contenha uma narrativa,
configura sempre um diálogo potencial em que o remetente
marca seu texto com indícios que determinam o seu lugar, bem
[10] como o do recebedor. O narrador de uma carta não deixa de
ser, por natureza, um narrador representado, como é Sócrates
na República, de Platão.
Jacyntho Lins Brandão. A invenção do romance. Brasília: Ed. UnB, 2005, p. 130-1 (com adaptações).
Com base no texto acima, julgue o próximo item.
A carta é um dos tipos de texto relacionados à filosofia e disponíveis desde a Antiguidade. Atualmente, por e-mail, pode-se realizar a troca de correspondência filosófica não só entre um remetente e um destinatário, mas também entre pessoas de um grupo, o que amplia o diálogo e acrescenta à filosofia um novo registro, o virtual.
[1] O gênero epistolar foi largamente difundido em todo
o período helenístico, ressaltando-se a circulação literária das
cartas de filósofos (Platão e Epicuro, por exemplo) e, a partir
[4] do segundo século, as dos apóstolos e as de outras figuras
cristãs importantes. O que interessa, sobretudo, destacar é que
a carta guarda relações genéricas tanto com o diálogo quanto
[7] com a narrativa. A carta, ainda que contenha uma narrativa,
configura sempre um diálogo potencial em que o remetente
marca seu texto com indícios que determinam o seu lugar, bem
[10] como o do recebedor. O narrador de uma carta não deixa de
ser, por natureza, um narrador representado, como é Sócrates
na República, de Platão.
Jacyntho Lins Brandão. A invenção do romance. Brasília: Ed. UnB, 2005, p. 130-1 (com adaptações).
Com base no texto acima, julgue o próximo item.
A obra República é uma longa carta escrita por Sócrates e reproduzida por Platão. Nesse texto, Sócrates propõe uma tese sobre a natureza da linguagem.