Parabolicamará (1992)
Antes mundo era pequeno
Porque Terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque Terra é pequena
Do tamanho da antena
parabolicamará
Ê, volta do mundo, camará
Ê, ê, mundo dá volta, camará
Antes longe era distante
Perto, só quando dava
Quando muito, ali defronte
E o horizonte acabava
Hoje lá trás dos montes, den de* casa, camará
Ê, volta do mundo, camará
Ê, ê, mundo dá volta, camará
De jangada leva uma eternidade
De saveiro leva uma encarnação
Pela onda luminosa
Leva o tempo de um raio
Tempo que levava Rosa
Pra aprumar o balaio
Quando sentia que o balaio ia escorregar
Ê, volta do mundo, camará
Ê, ê, mundo dá volta, camará
(...)
GILBERTO GIL gilbertogil.com.br
A canção registra percepções de alguns impactos da globalização na sociedade brasileira na década de 1990. Um desses impactos está apontado em:
“O problema é que faz muito tempo que nós começamos a achar que todos os lugares são lugares para serem ocupados pelos humanos. Pelos humanos e pelas suas tralhas. Pelos humanos e as suas tralhas tecnológicas, seu aparato, seu maquinário, suas cidades estúpidas.”
Adaptado de canalcurta.tv.br.
No trecho citado do documentário, Ailton Krenak faz uma crítica às “tralhas tecnológicas” da humanidade. Essa crítica está associada à defesa da:
Com base no mapa, o credo predominante na maioria dos Estados onde existe uma religião oficial é:
Muitos nos círculos financeiros disseram que o esforço das indústrias americanas para reduzir suas cadeias de fornecimento e trazer a produção de volta para casa duraria pouco. Assim que a pandemia desse uma trégua, e as cadeias globais de logística e transporte voltassem a funcionar, a moda passaria, argumentavam. Mas, dois anos e meio depois do início da pandemia da covid-19, essa tendência parece estar mais forte do que nunca. Diante da guerra na Ucrânia e das levas mais recentes de lockdowns na China para conter novos surtos do coronavírus, nunca os executivos americanos mencionaram tanto os planos de realocar a produção de suas empresas. Em oposição ao offshoring, termo que ficou famoso nos anos de ouro da globalização como sinônimo de levar a fabricação de partes do produto ou até do item completo para subsidiárias em países de mão de obra mais barata – sobretudo a China –, o onshoring significa produzir no país onde o bem será consumido. Reshoring, por sua vez, é trazer de volta para o país de origem da empresa a produção que, no passado, estava em offshoring
Adaptado de oglobo.globo.com, 06/07/2022.
A mudança na estratégia locacional das grandes corporações, mencionada na reportagem, tem como explicação a dificuldade em preservar algumas práticas do atual modelo produtivo.
Uma dessas práticas está apontada em:
Um pedaço de tecido quadrado colorido, como um xadrez pintado a sete cores. Assim é a Whipala, bandeira típica dos povos andinos. Criada no período pré-colonial por sociedades que compunham o Império Inca, era um símbolo sagrado usado na agricultura, em festas, cerimônias e outros eventos sociais. Após a colonização espanhola, foi também associada à resistência política indígena.
A Whipala resistiu ao tempo e hoje é representativa dos costumes e de manifestações políticas de indígenas na Bolívia, no Peru, no norte da Argentina e do Chile, no sul do Equador e no oeste do Paraguai. Símbolo de identificação e diversidade dos povos da região dos Andes, ela representa a unidade, a solidariedade e a harmonia. A estrutura do desenho, simétrica, expressa a igualdade criada entre esses povos, que rejeitam conceitos como o do individualismo.
MARIANA VICK Adaptado de nexojornal.com.br, 24/06/2019.
O conjunto de representações associadas à bandeira Whipala fortalece a formação de um tipo de identidade territorial.
Essa identidade territorial está fundamentada no seguinte conceito:
O evento geopolítico ironizado na charge vem sendo justificado por discursos ideológicos produzidos pelo governo da nação invasora.
Nesses discursos, destaca-se a seguinte característica social das áreas 1 e 2, assinaladas no mapa: