“Os fatos ou objetos científicos não são dados empíricos espontâneos de nossa experiência cotidiana, mas são construídos pelo trabalho da investigação científica. Esta é um conjunto de atividades intelectuais, experimentais e técnicas, realizadas com base em métodos que permitem e garantem que a principal marca da ciência seja o rigor.” (CHAUI, M. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único. São Paulo: Ática, 2010, p. 299).
Sobre o conhecimento científico, assinale o que for correto.
01) O método científico está fundamentado na subjetividade do cientista, cujas inclinações pessoais são determinantes para a edificação teórica.
02) O rigor científico é proveniente da demonstração de resultados obtidos a partir de relações verificáveis e constantes nos fenômenos.
04) O conhecimento científico é uma soma de afirmações baseada em hábitos e em tradições do senso comum.
08) O conhecimento científico elabora progressivamente instrumentos técnicos para análise e investigação dos fenômenos.
16) A construção do método científico é determinada pela mitologia da natureza, segundo a qual os fenômenos devem ser compreendidos pela imaginação humana.
“Experiência da razão e da linguagem, a filosofia é a peculiar atividade reflexiva em que, na procura do sentido do mundo e dos humanos, o pensamento busca pensar-se a si mesmo, a linguagem busca falar de si mesma e os valores (o bem, o verdadeiro, o belo, o justo) buscam a origem e a finalidade da própria ação valorativa. Essa experiência, concretizada no e pelo trabalho de cada filósofo, constitui o discurso filosófico.” (CHAUI, M. Prefácio. In Antologia de textos filosóficos, Curitiba: SEED-PR, 2009.)
A partir da afirmação acima, é correto afirmar que o discurso filosófico
01) é uma atividade que cria livremente objetos imaginários, dotados de valor estético.
02) é uma atividade cujo traço distintivo está em opinar sobre problemas abstratos.
04) é uma reflexão genealógica e teleológica sobre os valores humanos.
08) é uma atividade que produz conhecimento empírico, aplicado à utilidade dos objetos.
16) é uma atividade racional que reflete sobre seus próprios conceitos.
“O que garante a universalidade dos juízos estéticos é o fato de que todos os seres humanos têm a mesma faculdade de julgar, assim como a razão também é idêntica para todos. Todos sentem prazer na experiência do belo porque ele se funda no elemento subjetivo necessário ao conhecimento em geral que todas as pessoas têm.” (ARANHA, M. L. de A. Filosofando: introdução à filosofia. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 2009, p. 444).
Sobre o juízo de gosto na filosofia moderna, assinale o que for correto.
01) O juízo de gosto constitui-se pelo prazer desinteressado, isto é, pelo reconhecimento do belo independentemente de interesses práticos ou utilitários.
02) A experiência estética é condicionada a valores metafísicos que não dependem da racionalidade humana.
04) A teoria do gênio pode ser entendida como uma teoria da inspiração divina, isto é, uma teoria da evocação das musas, que comunicam suas verdades aos artistas.
08) O belo é um juízo que utiliza a imaginação para obter a síntese entre o entendimento (que produz os conceitos universais ou coletivos) e a sensibilidade (que produz sentimentos individuais ou subjetivos).
16) O juízo de gosto é incomunicável, pois o prazer que sentimos diante das obras de arte não é objetivo.
“A passagem do estado de natureza ao estado civil ou à sociedade civil se dá por meio de um pacto social ou contrato social, pelo qual os indivíduos concordam em renunciar à liberdade natural e à posse natural de bens e armas e em transferir a um terceiro – o soberano – o poder.” (CHAUI, M. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único. São Paulo: Ática, 2010, p. 346).
Sobre o contratualismo clássico, assinale o que for correto.
01) O conceito de estado de natureza ou de condição natural tem a função de explicar a situação pré-social, na qual os indivíduos existem de forma livre e independente.
02) O contrato social funda a soberania e institui a autoridade política a partir da qual o indivíduo se encontra amparado pelo Estado.
04) Segundo Thomas Hobbes, o estado de natureza é representado pela guerra de todos contra todos e pela vida dominada pelo medo permanente.
08) A passagem do estado de natureza à sociedade civil só é possível pela mediação divina, a partir da qual o homem tem sua natureza redimida.
16) Segundo Jean-Jacques Rousseau, o estado de natureza é representado pela condição do “bom selvagem”, isto é, pela harmonia entre os homens e a natureza.
Na contemporaneidade, a bioética especial aparece como reflexão sobre os limites da ciência a partir de questões ligadas à clonagem, à transgenia, a células-tronco, à inseminação artificial, à manipulação genética, ao aborto, à eutanásia, à experimentação clínica etc.
Sobre a bioética, assinale o que for correto.
01) A fim de testar novas tecnologias ou novos medicamentos, a utilização de cobaias humanas de forma indiscriminada se justifica pela possibilidade de benefícios à humanidade.
02) A bioética pertence ao campo da axiologia, isto é, à ciência dos valores.
04) A bioética, embora reivindique autonomia, é um ramo da ética que investiga as práticas médicas e científicas do homem em relação a si próprio e à natureza.
08) O juramento hipocrático descreve preocupações éticas que estabelecem critérios para as ações médicas.
16) Doação de órgãos e de sangue fere os princípios da ética, pois o corpo é inviolável e constitui-se em propriedade privada.
Considere os textos a seguir:
Texto A: “É evidente, portanto, que a pólis por natureza é anterior a cada um dos cidadãos [...]. Há em todos os homens o impulso para tal comunidade. E o primeiro que a instituiu foi causa dos maiores bens. Com efeito, como o homem, depois de ter alcançado o pleno desenvolvimento, é o melhor dos animais, do mesmo modo, separado da lei e da justiça, será o pior.” (ARISTÓTELES, Política. In: MARÇAL, J. (Org.). Antologia de textos filosóficos, SEED-PR, 2009, p. 74, citação adaptada).
Texto B: “Para que as palavras ‘justo’ e ‘injusto’ possam ter lugar, é necessária alguma espécie de poder coercitivo, capaz de obrigar igualmente os homens ao cumprimento de seus pactos, mediante o terror de algum castigo que seja superior ao benefício que esperam retirar do rompimento do pacto, e capaz de confirmar a propriedade que os homens adquirem por contrato mútuo, como recompensa do direito universal a que renunciaram. E não pode haver tal poder sem antes erigir uma república.” (HOBBES, T. O leviatã. In: MARÇAL, J. (Org.). Antologia de textos filosóficos, SEED-PR, 2009, p. 358, citação adaptada).
A partir dos textos A e B e das filosofias políticas de Aristóteles e Hobbes, assinale o que for correto.
01) Aristóteles e Hobbes concordam que a vida em uma comunidade política permite ao ser humano desfrutar de benefícios que de outro modo não lhe seriam possíveis.
02) Para Hobbes, todo direito e todo dever podem ser justificados a partir das diferenças entre os indivíduos no que concerne às suas capacidades e às suas deficiências naturais.
04) Para Hobbes, se o Estado deixar de exercer seu poder de coerção, os indivíduos recobrarão seu direito natural de obter qualquer coisa que desejem, ainda que por meios violentos.
08) Para Aristóteles, o bom funcionamento de cada comunidade que compõe a pólis, como as famílias e as vilas, contribui para o bom funcionamento da própria pólis.
16) Para Aristóteles, a pólis forma um todo orgânico que ultrapassa a somatória dos esforços individuais e das diversas comunidades de indivíduos encontradas na pólis.