Verbo Crackar
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa
Sê pirata
Sede trouxas
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa
Sê pirata
Sede trouxas
Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irregular.
ANDRADE, Oswald de. Literatura Comentada. 2. ed. Jorge Schwaitz (Org.). São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 76.
O sujeito poético, nesse texto, revela
Verbo Crackar
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa
Sê pirata
Sede trouxas
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa
Sê pirata
Sede trouxas
Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irregular.
ANDRADE, Oswald de. Literatura Comentada. 2. ed. Jorge Schwaitz (Org.). São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 76.
Assinale com V os itens verdadeiros e com F, os demais. Esses versos de Oswald de Andrade são marcados
( ) por um tom crítico-irônico.
( ) pela resignificação de palavras.
( ) pelo emprego de neologismo e gíria.
( ) pelo uso de um único nível de linguagem.
( ) pela ausência de marcadores temporais com valor adverbial.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Na cidade não existem mais galos.
Avacalhada, a manhã surge
— oceano de pano a estraçalhar-se
entre a pressa dos homens e o ruído
[5] de uma história feroz a triturá-los.
Na cidade não existem mais galos.
O homem, agora, ele próprio é quem cisca
no sangue que escorre entre as notícias
a madrugada caída nos imaginários da luz.
[10] No grito das coisas uma certa aurora
continua, no entanto, a ser anunciada
Porque a fome e os dentes crescem
na casa e na boca dos que trabalham.
De noite todos os gatos são pardos.
[15] De dia todas as alegrias são gatos
em cujo pelo a luz do sol brinca
provisoriamente.
FÉLIX, Moacyr. Sem galos, a aurora. Em nome da vida. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. v. 3, p. 41. (Coleção Poesia Sempre).
De acordo com o poema, marque com V as afirmações corretas e com F, as falsas.
( ) O homem é vítima de um mundo marcado pelo ritmo opressor da vida.
( ) O natural — na sociedade contemporânea urbana — é substituído pelo cultural.
( ) O ser humano, em qualquer tempo e lugar, mostra-se insatisfeito com sua situação social.
( ) O homem, mesmo vivenciando uma realidade adversa, não se deixa vencer pela desesperança.
( ) A ausência de “galos” denuncia a impossibilidade de alteração da ordem político-social vigente na realidade em foco.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
O artista inconfessável
Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
[5] Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
[10] não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que não fazer, e difícilmente se poderá dizer
com mais desdém, ou então dizer
[15] mais direto ao leitor Ninguém
que o feito foi para ninguém.
MELO NETO, João Cabral de. O artista inconfessável. In: STICKEL, Fernando. Aqui tem coisa. São Paulo: DBA Artes Gráficas, 1999. p. 8.
Nesse poema, observa-se
( ) um jogo de ideias envolvendo uma reflexão sobre o fazer poético.
( ) a desmistificação do próprio conceito de poesia.
( ) a compreensão da poesia como construção.
( ) a presença de marcas da prosa no verso.
( ) a total ausência de lirismo.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é
O artista inconfessável
Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
[5] Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
[10] não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que não fazer, e difícilmente se poderá dizer
com mais desdém, ou então dizer
[15] mais direto ao leitor Ninguém
que o feito foi para ninguém.
MELO NETO, João Cabral de. O artista inconfessável. In: STICKEL, Fernando. Aqui tem coisa. São Paulo: DBA Artes Gráficas, 1999. p. 8.
O terceiro e o quarto versos expressam