Tais autores veem o homem como um ser cindido, fragmentado, dissociado. Em função disso, sentem-se criaturas infelizes, que não conseguem enquadrar-se no contexto social e que tampouco querem fazê-lo porque a sociedade só iria cindi-las ainda mais. Entre consciente e inconsciente, deveres e inclinações, trabalho e recompensa a brecha só poderia crescer, como parte de um afastamento cada vez maior entre natureza e espírito. Daí o sentimento de inadequação social; daí a aflição e a dor que recebem o nome geral de “mal do século”; daí a busca de evasão da realidade e o anseio atroz de unidade e síntese.
(Anatol Rosenfeld apud Luiz Roncari. Literatura brasileira, 2014. Adaptado.)
O texto refere-se aos autores
Leia o poema de Murilo Mendes para responder à questão.
Eu sou triste como um prático de farmácia,
sou quase tão triste como um homem que usa costeletas.
Passo o dia inteiro pensando nuns carinhos de mulher
mas só ouço o tectec das máquinas de escrever.
Lá fora chove e a estátua de Floriano fica linda.
Quantas meninas pela vida afora!
E eu alinhando no papel as fortunas dos outros.
Se eu tivesse estes contos punha a andar
a roda da imaginação nos caminhos do mundo.
E os fregueses do Banco
que não fazem nada com estes contos!
Chocam outros contos pra não fazerem nada com eles.
Também se o Diretor tivesse a minha imaginação
o Banco já não existiria mais
e eu estaria noutro lugar.
(In: Eucanaã Ferraz (org.). Veneno antimonotonia, 2005.)
Uma característica presente no poema que o afasta da tradição parnasiana é