Leia o trecho da cantiga medieval galego-portuguesa, em que o eu lírico pede a Deus que lhe permita ver a mulher amada ou então que lhe dê a morte.
A dona que eu amo e tenho por senhor
amostrade-mi-a, Deus, se vos en prazer for,
senom dade-mi a morte.
A que tenho eu por lume destes olhos meus
e por que choram sempre, amostrade-mi-a, Deus,
senom dade-mi a morte.
(Bernal de Bonaval. https://cantigas.fcsh.unl.pt. Adaptado.)
Por suas características, essa obra poética é típica do movimento literário conhecido como
Considere o trecho de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, para responder a questão.
Festa
Fabiano marchava teso.
Os dois meninos espiavam os lampiões e adivinhavam casos extraordinários. Não sentiam curiosidade, sentiam medo, e por isso pisavam devagar, receando chamar a atenção das pessoas. Supunham que existiam mundos diferentes da fazenda, mundos maravilhosos na serra azulada. Aquilo, porém, era esquisito. Como podia haver tantas casas e tanta gente? Com certeza os homens iriam brigar. Seria que o povo ali era brabo e não consentia que eles andassem entre as barracas? Estavam acostumados a aguentar cascudos e puxões de orelhas. Talvez as criaturas desconhecidas não se comportassem como sinha Vitória, mas os pequenos retraíam- se, encostavam-se às paredes, meio encandeados, os ouvidos cheios de rumores estranhos.
Chegaram à igreja, entraram. Baleia ficou passeando na calçada, olhando a rua, inquieta.
(Vidas Secas, 1982.)
Quando chegam à festa de Natal na cidade, com Fabiano e sinha Vitória, os dois meninos sentem-se