Leia o poema a seguir e responda à questão.
Psicologia de um Vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(ANJOS, A. Eu e outras poesias. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999. p.19.)
Sobre esse poema, assinale a alternativa correta.
Leia o poema a seguir e responda à questão.
Psicologia de um Vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(ANJOS, A. Eu e outras poesias. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999. p.19.)
A respeito do autor e de sua obra, considere as afirmativas a seguir.
I. É um poeta modernista, o que pode ser comprovado por seu antilirismo e verso livre.
II. Seu único livro publicado em vida, Eu, apresenta uma escrita original, que trata de problemas existenciais.
III. Cronologicamente, está entre os pré-modernistas, mas suas poesias têm traços parnasianos na forma, as angústias existenciais simbolistas e um alto teor do cientificismo naturalista.
IV. Os temas de suas poesias são tratados de forma áspera a partir de um vocabulário considerado como antipoético.
Assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida.
(ALENCAR, J. Iracema. Rio de Janeiro: José Olympio, 1965. p.50-52.)
Em relação à obra Iracema, considere as afirmativas a seguir.
I. A obra de José de Alencar faz parte do acervo de obras escritas no romantismo e traz o índio como herói nacional como forma de engrandecer o país em um contexto de luta por sua independência política.
II. Iracema representa o romance regionalista do século XIX e traz como pano de fundo as terras nordestinas recém-descobertas pelos portugueses e suas transformações a partir da vinda desses estrangeiros.
III. O livro Iracema foi escrito no início do século XX, mais precisamente na primeira geração modernista, e está relacionado à busca por uma literatura nacionalista, defendida principalmente por Oswald de Andrade em seu manifesto antropofágico.
IV. Trata-se de um amor proibido entre uma índia e um português e as lutas travadas entre tribos rivais dentro de um mesmo território. O fruto desse amor representa a origem do Ceará e do povo daquela região.
Assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida.
(ALENCAR, J. Iracema. Rio de Janeiro: José Olympio, 1965. p.50-52.)
Com base nesse trecho, considere as afirmativas a seguir.
I. A natureza é indissociável dos personagens. Isso pode ser observado e comprovado pelas comparações entre as características de Iracema e as dos elementos da floresta.
II. Iracema é a personagem principal e é descrita pelo narrador, de maneira lírica, como bela e de muita coragem.
III. O guerreiro de que trata o texto é um índio da tribo inimiga, mas que se apaixona pela bela jovem e não tem coragem de atacá-la.
IV. Em “A flecha embebida no arco partiu”, há sentido conotativo, em que a ação representa o amor que envolve o casal à primeira vista.
Assinale a alternativa correta.