Era João Romão quem lhes fornecia tudo, tudo, até dinheiro adiantado, quando algum precisava. Por ali não se encontrava jornaleiro, cujo ordenado não fosse inteirinho parar às mãos do velhaco. E sobre este cobre, quase sempre emprestado aos tostões, cobrava juros de oito por cento ao mês, um pouco mais do que levava aos que garantiam a divida com penhores de ouro ou prata.
[...]
E durante dois anos o Cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado, o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes, piores e mais grossas do que serpentes, minavam por toda a parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.
Sobre o cenário e as personagens descritos nesse trecho, ASSINALE a alternativa correta.
Texto IV
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi:”Amai para entende-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
Fonte: BILAC, Olavo. Ode XIII. Antologia : Poesias. São Paulo : Martin Claret, 2002. p. 37-55 : Via-Láctea.(Coleção a obra-prima de cada autor).
Olavo Bilac escreveu sua obra no contexto do parnasianismo brasileiro e transformou-se em um dos mais populares escritores de sua época.
ASSINALE a alternativa que NÃO evidencia as características do parnasianismo nesse poema.
Era João Romão quem lhes fornecia tudo, tudo, até dinheiro adiantado, quando algum precisava. Por ali não se encontrava jornaleiro, cujo ordenado não fosse inteirinho parar às mãos do velhaco. E sobre este cobre, quase sempre emprestado aos tostões, cobrava juros de oito por cento ao mês, um pouco mais do que levava aos que garantiam a divida com penhores de ouro ou prata.
[...]
E durante dois anos o Cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado, o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes, piores e mais grossas do que serpentes, minavam por toda a parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.
ASSINALE a alternativa correta.
Considerando as obras Esaú e Jacó, de Machado de Assis, e O Cortiço, de Aluízio Azevedo, pode-se afirmar que:
Escravo Isidoro
É noite,
Isidoro destramela
A porta da senzala
- lua clara,
Riscos de nuvens cobrem o pico do Itambé.
Isidoro
- dispara
Ele sabe dos fios das conversas,
Da arenga na boca das catas,
Ele sabe onde esconder o ouro
E camuflar o fisco.
O diamante é um sonho que escorrega pelas mãos,
A rebelião está armada
- meias palavras.
- portas fechadas.
Isidoro é chamado
A chibata come.
- Seu corpo é arrastado pelas ruas do Tejuco.
Fonte: VENTURA, Adão. Costura de nuvens – antologia poética. Sabará: Dubolsinho, 2006. P. 31.
O texto literário aborda uma forma de resistência negra à escravidão no Brasil, identifique-a