Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Andrade, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. p. 23.
Nesse poema de Drummond, o eu-lírico
I. reaproveita o popular, a linguagem simples, próxima da expressão oral.
II. critica o mundo rural, distante do progresso, da civilização mecânica e industrial.
III. explora o imprevisível, o inesperado; o corte brusco de ideias possibilita o surgimento do humor.
IV. concebe o fazer poético como um discurso que oferece multiplicidade de sentidos e de interpretações.
São afirmativas corretas, apenas
“Em 1917, uma exposição de pintura na cidade de São Paulo chamou a atenção da opinião pública. A Exposição de Pintura Moderna trazia 53 quadros de Anita Malfatti (1889-1964), uma jovem artista brasileira de 28 anos até então pouco conhecida. [...]
A exposição de Anita foi recebida com assombro e curiosidade. Os quadros quebravam as regras e desafiavam o padrão vigente [...].
No artigo “Paranoia ou Mistificação?”, Lobato compara Malfatti a artistas que “veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculo da cultura excessiva. São produtos de cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz de escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento”.
Disponível em: <https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/anita-malfatti-100-anos-da-arte-moderna-no-brasil.htm>. Acesso em: 9 abr. 2017
A exposição de Anita Malfatti e a crítica de Monteiro Lobato retratam bem o mundo há 100 anos, que se mostrava