A figura a seguir foi difundida pelo geógrafo David Harvey. Segundo esse autor, a figura nos mostra o encolhimento do mapa do planeta graças a inovações nos transportes que aniquilam o espaço por meio do tempo.
Interpretando a figura e o que ela representa, pode-se concluir, corretamente, que o planeta está
Um turista, em viagem pela República da Bolívia, poderá deparar-se com
A partir da segunda metade do século XIX, muitos italianos viajaram durante semanas em navios para se estabelecerem no estado de São Paulo.
Sobre isso, leia o texto a seguir.
Trazido para substituir o negro escravo, o italiano vinha plantar café como assalariado, e não para se tornar um pequeno proprietário. Logo ele descobriu o caminho das cidades, onde ia encontrar patrícios vindos para o ambiente urbano. Ali, esses imigrantes tornavam-se operários, pedreiros, carpinteiros e trabalhadores de todos os ofícios.
(Revista de História da Biblioteca Nacional n°72. Setembro de 2011, p. 19. Adaptado)
Considerando as informações apresentadas, é correto afirmar que a imigração italiana no estado de São Paulo
Musa paradisiaca
Hoje, na quitanda, vi duas donas de casa pondo as mãos na cabeça:“Trinta e seis cruzeiros1 por uma dúzia de bananas! É o fim do mundo, onde já se viu uma coisa dessas!”
E a conversa continuava nesse tom. Mas eu fui e paguei prazerosamente o preço de um cacho dourado. Tudo está pela hora da morte, concordo. Mas banana não! Acho que nunca a banana será cara demais para mim, e eu conto por quê.
Para mim, a banana é bem mais que aquela fruta amarela, perfumada, de polpa alva, macia e saborosa, que se apresenta numa abundância nababesca em cachos e pencas. O aspecto, o sabor, o perfume da banana estão indissoluvelmente associados com minha infância longínqua na terra nórdica de onde eu vim, nas praias do Mar Báltico.
Naquele tempo, naquele lugar, uma banana era uma novidade e uma raridade. Numa certa época do ano, ela aparecia na cidade, em algumas casas muito finas, solitária e formosa, exposta na vitrina. Solitária, sim – uma de cada vez. E uma banana custava uma quantia fabulosa, porque meu pai comprava mesmo uma só, e a trazia para casa onde ela era admirada e namorada durante horas, para depois ser solenemente descascada e repartida em partes milimetricamente iguais entre nós crianças, que a saboreávamos lentamente, conservando o bocadinho de polpa suave na boca o mais possível, com pena de engoli-lo.
Imaginem, pois, o meu espanto maravilhado ao desembarcar do navio no porto de Santos e dar de cara com todo um carregamento de bananas, cachos e mais cachos enormes, num exagero de abundância que só em contos de fadas!
Naquele dia, me empachei de bananas até quase estourar. Foi aos dez anos de idade, a minha primeira grande impressão gastronômica do Trópico de Capricórnio – e nunca mais me refiz dela. Até hoje sou fiel ao meu primeiro amor brasileiro – a banana.
Se eu fosse poeta, como Pablo Neruda, por exemplo, que escreveu Ode2 à cebola, eu escreveria uma Ode à banana.
E não estou sozinha neste meu entusiasmo pela mais brasileira das frutas, porque se eu não tivesse razão, os cientistas, que não são as pessoas mais sentimentais do mundo, não a teriam batizado com o nome poético de Musa paradisiaca.
(BELINKI, Tatiana. Olhos de ver. São Paulo: Moderna, 1996. Adaptado)
1 cruzeiro: moeda utilizada no Brasil à época em que a crônica foi escrita
2 ode: poema de exaltação, de elogio
No texto Musa paradisiaca, podemos observar que há uma grande diferença no comércio de bananas no Brasil e na Letônia, país este onde a autora passou sua infância.
Refletindo sobre essa situação, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, a sentença a seguir.
A diferença no comércio de bananas, mencionada no texto, pode ser entendida como parte do sistema __________, que organiza as relações comerciais pela _________________.
Musa paradisiaca
Hoje, na quitanda, vi duas donas de casa pondo as mãos na cabeça:“Trinta e seis cruzeiros1 por uma dúzia de bananas! É o fim do mundo, onde já se viu uma coisa dessas!”
E a conversa continuava nesse tom. Mas eu fui e paguei prazerosamente o preço de um cacho dourado. Tudo está pela hora da morte, concordo. Mas banana não! Acho que nunca a banana será cara demais para mim, e eu conto por quê.
Para mim, a banana é bem mais que aquela fruta amarela, perfumada, de polpa alva, macia e saborosa, que se apresenta numa abundância nababesca em cachos e pencas. O aspecto, o sabor, o perfume da banana estão indissoluvelmente associados com minha infância longínqua na terra nórdica de onde eu vim, nas praias do Mar Báltico.
Naquele tempo, naquele lugar, uma banana era uma novidade e uma raridade. Numa certa época do ano, ela aparecia na cidade, em algumas casas muito finas, solitária e formosa, exposta na vitrina. Solitária, sim – uma de cada vez. E uma banana custava uma quantia fabulosa, porque meu pai comprava mesmo uma só, e a trazia para casa onde ela era admirada e namorada durante horas, para depois ser solenemente descascada e repartida em partes milimetricamente iguais entre nós crianças, que a saboreávamos lentamente, conservando o bocadinho de polpa suave na boca o mais possível, com pena de engoli-lo.
Imaginem, pois, o meu espanto maravilhado ao desembarcar do navio no porto de Santos e dar de cara com todo um carregamento de bananas, cachos e mais cachos enormes, num exagero de abundância que só em contos de fadas!
Naquele dia, me empachei de bananas até quase estourar. Foi aos dez anos de idade, a minha primeira grande impressão gastronômica do Trópico de Capricórnio – e nunca mais me refiz dela. Até hoje sou fiel ao meu primeiro amor brasileiro – a banana.
Se eu fosse poeta, como Pablo Neruda, por exemplo, que escreveu Ode2 à cebola, eu escreveria uma Ode à banana.
E não estou sozinha neste meu entusiasmo pela mais brasileira das frutas, porque se eu não tivesse razão, os cientistas, que não são as pessoas mais sentimentais do mundo, não a teriam batizado com o nome poético de Musa paradisiaca.
(BELINKI, Tatiana. Olhos de ver. São Paulo: Moderna, 1996. Adaptado)
1 cruzeiro: moeda utilizada no Brasil à época em que a crônica foi escrita
2 ode: poema de exaltação, de elogio
Segundo a escritora Tatiana Belinki: Foi aos dez anos de idade, a minha primeira grande impressão gastronômica do Trópico de Capricórnio – e nunca mais me refiz dela.
Sobre essa linha imaginária, é correto afirmar que
É quase impossível visitar cidades como Campinas, São José dos Campos, Franca, Piracicaba e Ribeirão Preto sem observar a grande quantidade de indústrias ali instaladas. Esse processo de industrialização do interior paulista deve-se fundamentalmente à