Centrando-se, assim, no moderno, [...] faziam apologia da velocidade, da máquina, do automóvel (“um automóvel é mais belo que a Vitória de Samotrácia”, dizia Marinetti no seu primeiro manifesto), da agressividade, do esporte, da guerra, do patriotismo, do militarismo, das fábricas, das estações ferroviárias, das multidões, das locomotivas, dos aviões, enfim, de tudo quanto exprimisse o moderno nas suas formas avançadas e imprevistas.
(Massaud Moisés, Dicionário de Termos Literários, Cultrix, p.234)
O texto acima define um dos primeiros “ismos” das vanguardas artísticas europeias que sacudiram o século XX. Trata-se do:
[...] o professor e escritor português Helder Macedo, que, no ensaio “Camões e a viagem iniciática”, irá contestar a teoria da castidade do poeta Camões, argumentando que o autor Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na verdade, procurado e desenvolvido uma nova filosofia na qual os valores até então inconciliáveis do homem (o corpo e a alma) pudessem, na sua poesia, finalmente se combinar.
Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa quinhentista, que ainda apresentava como grandes ícones poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que, como dissemos, eram defensores do amor não-carnal e em cujos versos a figura feminina era via de regra vista como símbolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas aprovisionam o seu fazer poético de um caráter platônico indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também na vida, haja vista as biográficas paixões inalcançáveis que estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas respectivas musas poéticas: Beatriz e Laura), a mesma certeza não se pode ter em relação ao poeta português. Isto porque viver na Europa quinhentista não faz necessariamente de Luís de Camões um quinhentista genuíno, no sentido ideológico e não temporal da palavra, não insere obrigatoriamente Camões no pensamento do seu tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão de mundo vigente. E serão estas duas possibilidades, estes inegociáveis estar e não-estar camonianos em sua época, que provocarão as dubiedades semânticas que podemos observar com frequência nas leituras críticas de sua poesia.
(Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o desejo, Camões, que vos leia, http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/article/view/46/01_Vol2_VOOS2009_CL20)
Baseando-se no texto, pode-se afirmar que:
[...] o professor e escritor português Helder Macedo, que, no ensaio “Camões e a viagem iniciática”, irá contestar a teoria da castidade do poeta Camões, argumentando que o autor Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na verdade, procurado e desenvolvido uma nova filosofia na qual os valores até então inconciliáveis do homem (o corpo e a alma) pudessem, na sua poesia, finalmente se combinar.
Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa quinhentista, que ainda apresentava como grandes ícones poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que, como dissemos, eram defensores do amor não-carnal e em cujos versos a figura feminina era via de regra vista como símbolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas aprovisionam o seu fazer poético de um caráter platônico indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também na vida, haja vista as biográficas paixões inalcançáveis que estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas respectivas musas poéticas: Beatriz e Laura), a mesma certeza não se pode ter em relação ao poeta português. Isto porque viver na Europa quinhentista não faz necessariamente de Luís de Camões um quinhentista genuíno, no sentido ideológico e não temporal da palavra, não insere obrigatoriamente Camões no pensamento do seu tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão de mundo vigente. E serão estas duas possibilidades, estes inegociáveis estar e não-estar camonianos em sua época, que provocarão as dubiedades semânticas que podemos observar com frequência nas leituras críticas de sua poesia.
(Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o desejo, Camões, que vos leia, http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/article/view/46/01_Vol2_VOOS2009_CL20)
Baseando-se estritamente no ponto de vista teorizado no texto acima (e não no sentido amplo da obra camoniana), Camões poderia ser vinculado a uma das definições abaixo, que caracterizam períodos da História da Literatura . Assinale-a:
Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche¹, salta clown, varado
pelo estertor² dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço...
E embora caias sobre o chão, fremente³,
afogado em teu sangue estuoso4 e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(Cruz e Sousa)
¹gavroche: garotos de Paris, figuradamente artista.
²estertor: respiração anormal própria de moribundos.
³fremente: vibrante, agitado, violento.
4estuoso: que ferve, ardente, febril
Fazendo uma análise mais detalhada do soneto, assinale a afirmação incorreta:
Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche¹, salta clown, varado
pelo estertor² dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço...
E embora caias sobre o chão, fremente³,
afogado em teu sangue estuoso4 e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(Cruz e Sousa)
¹gavroche: garotos de Paris, figuradamente artista.
²estertor: respiração anormal própria de moribundos.
³fremente: vibrante, agitado, violento.
4estuoso: que ferve, ardente, febril
Ainda sobre o soneto, assinale a afirmação errônea:
Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche¹, salta clown, varado
pelo estertor² dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço...
E embora caias sobre o chão, fremente³,
afogado em teu sangue estuoso4 e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(Cruz e Sousa)
¹gavroche: garotos de Paris, figuradamente artista.
²estertor: respiração anormal própria de moribundos.
³fremente: vibrante, agitado, violento.
4estuoso: que ferve, ardente, febril
Assinale o item em que a expressão utilizada possui uma carga semântica que destoa das demais: