Da premissa “Se estudo filosofia, então gosto de ler”, é logicamente correto, segundo o modus tollens, tirar a seguinte conclusão:
“Talvez [...] a verdade nada mais seja do que uma certa purificação das paixões e seja, portanto, a temperança, a justiça, a coragem; e a própria sabedoria não seja outra coisa do que esse meio de purificação.”
PLATÃO. Fédon, 69b-c, adaptado.
Nessa fala de Sócrates, a “purificação” das paixões ocorre na medida em que a alma se afasta do corpo pela “força” da sabedoria.
Com base nisso, assinale a afirmação FALSA.
Johannes Hessen afirma, sobre o empirismo e o racionalismo na modernidade, que “quem enxerga no pensamento humano, na razão, o único fundamento do conhecimento, está convencido da independência e especificidade psicológica do processo de pensamento. Por outro lado, quem fundamenta todo conhecimento na experiência negará independência, mesmo sob o aspecto psicológico, ao pensamento”.
HESSEN, J. Teoria do conhecimento. Trad. João Vergílio Gallerani Cuter. São Paulo: Martins Fontes, 2012, p. 48
Relacione empirismo e racionalismo à descrição apresentada por Hessen e assinale a afirmação verdadeira.
Três pensadores modernos marcaram a reflexão sobre a questão política: Hobbes, Locke e Rousseau. Um ponto comum perpassa o pensamento desses três filósofos a respeito da política: a origem do Estado está no contrato social. Partem do princípio de que o Estado foi constituído a partir de um contrato firmado, entendendo o contrato como um acordo. Portanto, o Estado deve ser gerado a partir do consenso entre as pessoas em torno de alguns elementos essenciais para garantir a existência social. Todavia, há nuances entre eles.
Considerando o enunciado acima, atente para o que se diz a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) Em comum, esses pensadores buscavam justificar reformas do Estado para limitar o poder despótico dos monarcas absolutos.
( ) Para Hobbes, o contrato social é a renúncia dos direitos individuais ao soberano em nome da paz civil.
( ) Para Locke, o contrato social é a renúncia parcial dos direitos naturais em favor da liberdade e da propriedade.
( ) Para Rousseau, contrato social é a transferência dos direitos individuais para a vontade geral em favor da liberdade e da igualdade civis.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
“Como se sabe, a palavra mythos raramente foi empregada por Heródoto (apenas duas vezes). Caracterizar um logos (narrativa) como mythos era para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível, um mythos não pode ser provado.”
HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37.
Sobre a diferença entre mythos e logos acima sugerida, é INCORRETO afirmar que
“Quando um cidadão, não por suas crueldades ou outra qualquer intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna príncipe de sua pátria – o que se pode chamar principado civil (e para chegar a isto não é necessário grandes méritos nem muita sorte, mas antes uma astúcia feliz) –, digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos poderosos. É que em todas as cidades se encontram estas duas tendências diversas e isto nasce do fato de que o povo não deseja ser governado nem oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo.”
MAQUIAVEL. O Príncipe. Coleção “Os Pensadores” - adaptado.
Considerando a questão da política em Maquiavel, analise as seguintes afirmações:
I. Maquiavel rompe com a tradição política ao não admitir qualquer fundamento anterior e exterior à política.
II. Maquiavel considera a cidade uma comunidade homogênea nascida da ordem natural ou da razão humana.
III. Maquiavel considera que a política nasce das lutas sociais e é obra da própria sociedade para dar a si mesma unidade e identidade.
É correto o que se afirma em