“É espantoso de ver-se quantas e quantas disputas filosóficas dão em nada no momento em que a submetemos
ao simples teste de traçar uma consequência concreta. Não pode haver nenhuma diferença em alguma parte que não
faça uma diferença em outra parte – nenhuma diferença em matéria de verdade abstrata que não se expresse em uma
diferença em fato concreto e em conduta consequente derivada desse fato e imposta sobre alguém, alguma coisa, em
alguma parte e em algum tempo. Toda a função da filosofia deve ser a de achar que diferença definitiva fará para
mim e você, em instantes definidos de nossa vida, se essa fórmula do mundo ou aquela outra seja a verdadeira.”
William James
O autor desse trecho pretendeu apresentar um método para terminar discussões metafísicas que, de outro modo, seriam intermináveis. Ele se refere a tal método como
“Os reis possuem bens temporais em abundância e Deus prepara-lhes um grau sublime de felicidade. Já os
tiranos são frequentemente frustrados dos bens temporais que almejam, estão sujeitos a muitos perigos e, acima de
tudo, são privados dos bens eternos, sendo-lhes reservadas as mais graves penas. Por isso, aquele que recebe a
função de governar deve realmente considerar bem todas essas coisas e se apresentar como rei e não como tirano
para os seus súditos”
(TOMÁS DE AQUINO. A realeza: dedicado ao rei de Chipre. In: SEED-PR. Antologia de textos filosóficos: 683).
Considerando o excerto do texto acima e o pensamento de Santo Tomás de Aquino, NÃO é correto afirmar que
O pensamento ocidental, mais notadamente entre os séculos XVI e XVII, assinalou uma transformação radical de paradigma no tocante à ciência e ao seu desenvolvimento. Esta mudança, de tão notável, inaugurou a modernidade e se contrapôs fortemente ao modo medieval de fazer ciência. Por esta razão, o período marca, decisivamente, a chamada "Revolução Científica" que propôs a substituição da física aristotélica por uma nova filosofia da natureza.
“Os responsáveis pela criação da ciência moderna, entre os quais se destaca a figura de Galileo Galilei,
acreditavam que os estudos anteriores em filosofia natural exibiam uma dependência excessiva de
especulações metafísicas e um apego ilegítimo à opinião de autoridades, particularmente Aristóteles, cujas
doutrinas dominavam a cena filosófica havia mais de 1800 anos. Os novos filósofos contrapunham a isso a
observação da própria natureza. É nessa observação – a experiência – que se encontrariam os verdadeiros
fundamentos do conhecimento da natureza.”
Silvio Seno Chibeni
Considerando-se os textos acima, é CORRETO afirmar que a Ciência Moderna se caracteriza por
Para Francis Bacon, os ídolos da tribo, que “têm sua origem na uniformidade da substância espiritual do homem, ou nos seus preconceitos, ou bem nas suas limitações, ou na sua contínua instabilidade; ou ainda na interferência dos sentimentos ou na incompetência dos sentidos ou no modo de receber impressões” (Novum Organum, aforismo LII), são um dentre os quatro tipos de obstáculos que dificultam o acesso à verdade.
Sobre os ídolos da tribo, na concepção de Bacon, é CORRETO afirmar que
“O bom senso é a coisa que, no mundo, está mais bem distribuída: de facto, cada um pensa estar tão bem
provido dele, que até mesmo aqueles que são os mais difíceis de contentar em todas as outras coisas não têm de
forma nenhuma o costume de desejarem [ter] mais do que o que têm. E nisto, não é verosímil que todos se
enganem; mas antes, isso testemunha que o poder de bem julgar, e de distinguir o verdadeiro do falso que é aquilo a
que se chama o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; da mesma forma que a diversidade
das nossas opiniões não provém do facto de uns serem mais razoáveis do que outros, mas unicamente do facto de
nós conduzirmos os nossos pensamentos por vias diversas, e de não considerarmos as mesmas coisas.”
René Descartes
“Para Descartes, a forma de alcançar o verdadeiro conhecimento é através da razão; se esta não for capaz de
alcançá-lo, isso acontece porque é falha. Em vez de seguir os conhecimentos recebidos, basta seguir o bom
senso, já que o homem é racional. Nisso vê-se que o racionalismo está apresentado como uma espécie de
naturalismo. Descartes considerava a razão como algo natural; além de ser comum a todos os homens, ela é
una. Segundo o filósofo, as ciências exatas são o lugar onde a razão está mais bem expressa; por esse
motivo, ele pegou emprestado o método matemático para aplicá-lo em seu sistema filosófico.”
Mariana Cruz
Considerando-se os textos acima, é CORRETO afirmar que o pensamento cartesiano se caracteriza por
“(...) Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito,
eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os
homens” (HOBBES. Leviatã. Cap. XIII).
“Diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam e pactuam, cada um com
cada um dos outros, que a qualquer homem ou assembléia de homens a quem seja atribuído pela maioria o
direito de representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os
que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões desse
homem ou assembléia de homens, tal como se fossem seus próprios atos e decisões, a fim de viverem em
paz uns com os outros e serem protegidos dos restantes homens. É desta instituição do Estado que derivam
todos os direitos e faculdades daquele ou daqueles a quem o poder soberano é conferido mediante o
consentimento do povo reunido” (HOBBES. Leviatã. Cap. XVIII).
Considerando as duas passagens da obra O Leviatã, é CORRETO afirmar.