A produção de mercadorias e o consumismo alteram as percepções não apenas do eu como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de imagens insubstanciais, de ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito refletido faz do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transforma o mundo dos objetos em uma extensão ou projeção do eu. É enganoso caracterizar a cultura do consumo como uma cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado não apenas por coisas como também por fantasias. Vive em um mundo que não dispõe de existência objetiva ou independente e que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus desejos.
Christopher Lasch. O mínimo eu, 1987. (Adaptado.)
Sob o ponto de vista filosófico, na sociedade de consumo, o indivíduo
O modo como os filósofos constroem as suas teorias a partir da noção de “estado de natureza” é fundamental porque é a partir desse trabalho que surgirá a defesa de um determinado regime político. Destaque-se o trabalho de Hobbes.
Na sua teoria, o estado de natureza é descrito como uma situação de
Com o pensamento de Marx (1818-1883), estamos diante do processo de desmascaramento da política liberal. O liberalismo, com a sua ênfase no homem como indivíduo que busca a satisfação de suas necessidades, subjugando a natureza, obtendo riquezas e bem-estar crescentes. Nessa concepção, o pressuposto subjacente é o de que a propriedade privada é um direito natural, socialmente útil e moralmente legítimo, uma vez que estimula o trabalho concorrencial e competitivo, combatendo o vício da preguiça e estimulando o crescimento social.
Contudo, Marx parte de outro pressuposto. O homem é essencialmente ser histórico e social, marcado pela produção de sua existência em sociedade. Marx e Engels escrevem: “nós conhecemos somente uma única ciência: a ciência da história”.
As proposições de Marx, nos enunciados anteriores, podem ser associadas ao pensamento conhecido como