Questões de Filosofia - Temática - Estética
[Para Leonardo da Vinci,] a Pintura é um meio de analisar a Natureza, de produzir uma visão especulativa de suas formas regulares e inteligíveis, sujeitas às mesmas leis gerais que as ciências começariam, depois, a identificar e a traduzir em linguagem matemática. Essa análise que a visão do artista realiza e que a sua atividade transforma em obra, completa- -se na síntese do quadro, da tela pintada, que permite ver, em sua beleza intrínseca, graças à perspectiva geométrica, um pedaço da realidade natural. A Natureza revela-se aos olhos dos que sabem vê-la e, através desse meio privilegiado que é a Pintura, torna-se visível e inteligível para os outros.
NUNES, Benedito. Introdução à Filosofia da Arte.
O trecho acima exemplifica uma concepção segundo a qual a função da obra de arte...
Embora não haja país em que a medicina seja menos necessária do que em Utopia, essa ciência nunca esteve em maior honra, pois eles incluem seu conhecimento entre as mais belas e úteis áreas da filosofia, uma vez que, quando perscrutam os segredos da natureza com a ajuda da filosofia, parece que não só percebem um admirável prazer, mas também recebem a graça suprema junto ao criador e autor na natureza. Eles pensam que o criador, à maneira dos outros artífices, expôs a máquina do mundo para ser admirada e vista pelo homem, a quem ele fez o único a ser capaz de compreender a dimensão da sua obra.
MORE, Thomas. Utopia. Belo Horizonte: Autêntica, 2017, p.149.
O gênero das narrativas utópicas ganha impulso com a obra Utopia (1516), de Thomas More. De modo geral, obras como A Cidade do Sol (1623), de Tommaso Campanella, A Nova Atlântida (1627), de Francis Bacon e Panorthosia (1657), de Iohannes Comenius, colaboraram na formação de um imaginário científico repleto de elementos racionais e naturalistas. Além disso, o progresso da sociedade é apresentado como atrelado ao das ciências, das artes e do ensino.
Com base nos textos acima e nos conhecimentos acerca das narrativas utópicas dos séculos XVI e XVII, é INCORRETO afirmar que elas...
É costumeiro dizer ou é próprio do senso comum afirmar que gosto não se discute. Porém, Souza (2018), ao estudar e pesquisar sobre a categoria “ralé brasileira”, procurou classificar e identificar as razões e as lógicas sociais que fazem com que, na estrutura social de classes do Brasil, as pessoas das classes mais baixas não compartilhem do “privilégio estético” ou do “bom gosto” daqueles que alegam tê-lo ao possuir a “capacidade cognitiva” para fruir, entender e apreciar, por exemplo, música clássica, um quadro de Picasso ou um “bom vinho”. E é importante frisar que esta compreensão sociológica não aponta simplesmente para questões de cunho subjetivo ou de opiniões individuais e gostos pessoais, mas para formas ou modelos de explicar a desigualdade social no Brasil.
SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive. 3ª ed. ampliada. São Paulo: Editora Contracorrente, 2018.
A partir do exposto, é correto afirmar que
Por que é bela a arte? Por que é inútil. Porque é feia a vida? Por que é toda fins e propósitos e intenções. (Fernando Pessoa)
De acordo com o pensamento de Fernando Pessoa,
Estamira: ⎯ O homem não pode ser incivilizado. Todos os homens têm que ser iguais. (...) Não é obrigado todos a trabalhar num serviço só, não é obrigado todos comer uma coisa só, mas a igualdade é a ordenança que deu quem revelou o homem como o único condicional. E o homem é o único condicional, seja que cor for. Eu sou Estamira, eu não importo. Eu podia ser da cor que fosse. Eu, formato homem, par, mas eu sou Estamira, mas eu não admito, eu não gosto que ninguém ofende cores, nem formosura. O que importa, bonito, é o que fez e o que faz. Feio é o que fez e o que faz. Isso é feio. A incivilização é que é feio.
Marcos Prado. Estamira (com adaptações).
Com relação à obra Estamira, de Marcos Prado, ao fragmento apresentado, dela extraído, e aos diversos aspectos por ele suscitados, julgue o item seguinte.
Percebe-se nessa perspectiva de Estamira uma relação entre ética e estética, na medida em que se usam categorias estéticas, bonito ou feio, para distinguir formas de agir: “é o que fez e o que faz”.
Podemos dizer que, no contexto da chamada “modernidade”, em seu conceito filosófico, a ciência passa a gozar de grande prestígio como forma de conhecimento rigoroso. Vários estudiosos de epistemologia afirmaram que, nesse período, as diferentes formas de conhecimento passaram a almejar a condição de ciência. Por volta de 1750, Baumgarten falou de uma “ciência da arte e do belo”. Tal definição tornou-se clássica para designar uma das formas de expressão do saber construído pela humanidade. Escolha abaixo a alternativa que corresponde à forma de conhecimento referida por Baumgarten.
Faça seu login GRÁTIS
Minhas Estatísticas Completas
Estude o conteúdo com a Duda
Estude com a Duda
Selecione um conteúdo para aprender mais: