Questões de Português - Leitura e interpretação de textos - Gêneros textuais - Verbais/Narrativos - texto teatral
32 Questões
Questão 9 10787707
UFT Manhã 2024/1Leia o fragmento para responder a QUESTÃO.
Cheiroso novamente apaga e acende a luz.
MARIETA
Ai!
BENEDITO
Que foi?
MARIETA
A luz se apagou de novo!
PADRE ANTÔNIO
Ai, meu Deus, é a alma! Ai!
BENEDITO
O senhor viu?
PADRE ANTÔNIO
Vi!
BENEDITO
O quê?
PADRE ANTÔNIO
Sei lá! Sei que vi um troço, mas vou lá saber o que foi! Ai!
Correria geral, cada um para junto do outro, todos gritando e fugindo como se o companheiro que se aproximou fosse a alma.
VICENTÃO
Um momento! Acalmem-se! Calma, Padre Antônio! Vamos nos acalmar, todos. Já entendi que essa luz só faz mal aos que ainda estão lá embaixo. Toda vez que ela se apaga, empacota um lá embaixo e chega o defunto aqui.
BENEDITO
E você acha pouco? De um em um, daqui a pouco pra todo lado que a gente se vira tem um defunto olhando pra gente! Você acha pouco?
VICENTÃO
Meu filho, é uma por outra! Se eles começarem com assombração para o lado da gente, a gente faz uma concentração defronte deles: garanto que não fica um, aqui! A desgraça de um defunto é ver um morto na porta!
PADRE ANTÔNIO
Então fiquem por aí vocês que já estão mortos e já têm certeza disso. Eu vou dar o fora! Ai!
Grita e recua ao ver Joaquim, que vem entrando.
Fonte: SUASSUNA, Ariano. A pena e a lei. Rio de Janeiro: Agir, 2005, p. 128- 129. (fragmento)
Assinale a alternativa CORRETA.
No fragmento da peça A pena e a lei, de Ariano Suassuna, observa-se que se sobressai o
Questão 10 6264014
UNESP 2022/1Para responder a questão, leia a cena inicial da comédia O noviço, de Martins Pena.
AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres...
(Martins Pena. Comédias (1844-1845), 2007.)
A fala de Ambrósio contém um elogio
Questão 90 305880
UnB 2018/1A tragédia revela o desejo do herói em busca de segurança e felicidade, entretanto, em sua caminhada, ele se dirige a um destino maior que suas forças, sucumbindo à desgraça. Em Édipo Rei e em Hamlet, o ato trágico inaugural se estrutura em torno da figura paterna. As duas tragédias encenam a violação da lei de proibição do assassinato do pai (parricídio). A transgressão da lei instaura o ato trágico, que produz a consequência de se habitar um mundo desgovernado, pois a lei — não matar o pai — porta a estrutura fundante da civilização. Essas duas tragédias foram motivo de interesse para o fundador da psicanálise, Freud, que via nelas o retorno do recalcado. A vingança nesses textos é mais antiga do que mostram as tragédias: trata-se de desejos recalcados que polarizam a criança entre o amor e o ódio pelo pai. O conflito encenado no palco produz no espectador um sentimento de identificação que ele aceita como parte de sua realidade, o que já fora estudado pelo filósofo grego Aristóteles como parte do seu conceito de catarse.
Tendo esse texto como referência inicial, julgue o item seguinte, a respeito dos gêneros teatrais.
O herói trágico representa, de modo geral, o fundamento da filosofia de Nietzsche, uma vez que, no processo de expansão da sua vontade de potência, não inclui a possibilidade de seu próprio perecimento.
Questão 85 305871
UnB 2018/1A tragédia revela o desejo do herói em busca de segurança e felicidade, entretanto, em sua caminhada, ele se dirige a um destino maior que suas forças, sucumbindo à desgraça. Em Édipo Rei e em Hamlet, o ato trágico inaugural se estrutura em torno da figura paterna. As duas tragédias encenam a violação da lei de proibição do assassinato do pai (parricídio). A transgressão da lei instaura o ato trágico, que produz a consequência de se habitar um mundo desgovernado, pois a lei — não matar o pai — porta a estrutura fundante da civilização. Essas duas tragédias foram motivo de interesse para o fundador da psicanálise, Freud, que via nelas o retorno do recalcado. A vingança nesses textos é mais antiga do que mostram as tragédias: trata-se de desejos recalcados que polarizam a criança entre o amor e o ódio pelo pai. O conflito encenado no palco produz no espectador um sentimento de identificação que ele aceita como parte de sua realidade, o que já fora estudado pelo filósofo grego Aristóteles como parte do seu conceito de catarse.
Tendo esse texto como referência inicial, julgue o item seguinte, a respeito dos gêneros teatrais.
A comédia corresponde a uma forma de teatro oposta à tragédia, na medida em que se preocupa em dar forma a personagens cujas peripécias conduzam ao riso e a um desfecho feliz, além de possuir um forte apelo popular.
Questão 59 7284823
PUC-GO 2016/2TEXTO
Selminha — Você entende papai?
Dália — Papai mudou.
Selminha — É outra pessoa!
Dália — Com a morte de mamãe, desque mamãe
morreu, mudou tanto!
Selminha (com certo desespero) — Mudou com o meu casamento. Foi o meu casamento. Foi, sim, Dália. Com o meu casamento.
Dália — Sei lá.
Selminha — Te digo mais. Às vezes, eu penso. Penso que papai sentiu mais o meu casamento que a morte de mamãe. Ele não vem aqui, nem telefona. Sou eu que telefono. Ou então. Evita Arandir
Dália — Não gosta de Arandir.
Selminha (febril) — Como são as coisas! Veja você. Arandir me disse, hoje: “Vou aproveitar o negócio da Caixa Econômica e passo no teu pai. Ele conhece lá um cara. Vamos na Caixa e eu convido teu pai pra jantar.” Não adiantou. Adiantou? Pois é. Papai não dá pelota para Arandir. Nem bola!
Dália — Papai me assusta.
Selminha — Não gosta de Arandir — por quê?
Dália (taxativa) — Ciúmes.
Selminha (virando-se atônita) — De mim?
Dália — De ti. (Selminha repete, lentamente, com espanto e uma nascente angústia.)
Selminha (falando para si mesma) — Ciúmes de mim?
Dália — Ou você é cega?Selminha (com frívolo arrebatamento) — Que bobagem, ciúmes de mim! (muda de tom e novamente angustiada) Você acha?
Dália — Acho! Acho! (Selminha, de frente para a plateia, costas para a irmã e uma inflexão de sonho.) Selminha (meio alada) — Ciúmes de mim. (Dália vem por trás e fala por cima do ombro da irmã, que permanece de costas para ela.)
Dália (repetindo) — De ti. No teu casamento eu pensei tanto na morte de mamãe. Mas no teu casamento quem morria era papai. Na igreja, de braço contigo, papai ia morrendo. Tive a sensação, te juro! de que... Selminha (num apelo, quase sem voz) — Não fala assim!
Dália (com mais veemência) — E outra vez. Aquele dia!
Selminha — Quando?
Dália — No dia em que vim para cá. Vocês tinham chegado da lua de mel. Eu me lembro. Papai me trouxe e até você estava com aquele quimono, aquele, como é?
Selminha — O azul?
Dália — Não. Aquele que a vovó te deu. Papai me trouxe. Não queria vir. Insisti. Veio. E chegou aqui,
você sentou-se no colo de Arandir. Se você visse a cara de papai! a cara!
Selminha — Não me lembro.
Dália — Cara de ódio! Saiu imediatamente e...
Selminha — Você está imaginando! Isso é imaginação! (com súbita ternura) Mas eu ainda tenho você e
Dália — Selminha, amanhã vou-me embora!
Selminha — Você?
Dália — Não fico mais aqui.
(RODRIGUES, Nelson. O beijo no asfalto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995, p. 30-32. Adaptado.)
Em alguns momentos do Texto 8, como em “tive a sensação, te juro! de que...” e em “saiu imediatamente e...” , há cortes sintáticos nas sentenças.
Sobre esses cortes, é correto afirmar que eles:
Questão 41 93657
UnB 1° Dia 2013/2[1] O teatro já nasceu musicado. O canto e a dança
tiveram presença marcante nas manifestações artísticas da
Antiguidade. Havia música não só nas tragédias, mas também
[4] nos dramas, nas sátiras e nas comédias.
Na história mais recente, a relação do teatro com a
música atingiu o seu mais alto grau a partir do surgimento da
[7] ópera, na Itália do século XVI. Porém os cantos e as melodias
acompanharam o teatro popular, durante todo o seu percurso,
por toda a Europa, até que apontasse, triunfante, em terras do
[10] além-mar.
Mais do que em qualquer outro lugar do mundo, o
teatro musical floresceu no Brasil de uma forma ímpar. A
[13] opereta e o teatro de revista se instalaram no Brasil na segunda
metade do século passado e, de lá pra cá, o casamento do
teatro com a música sempre deu certo. Antes da era do rádio,
[16] iniciada em 1922, o teatro de revista foi o grande responsável
pela divulgação dos êxitos da música popular brasileira.
E, durante muito tempo, a ideia do teatro musicado brasileiro
[19] esteve associada a balangandãs, plumas e lantejoulas e, mais
particularmente, à imagem do teatro de revista.
Esquecemo-nos de que esse teatro teve um significado
[22] histórico e político, e o reduzimos a fantasias brilhantes e coloridas.
A partir dos anos 1960, registrou-se uma crise do
teatro de revista, o qual parecia remeter a um passado
[25] politicamente ingênuo e distante das plateias ávidas em debater
e combater as injustiças sociais.
Ainda assim, o gênero teatro musical não abandonou
[28] nossos palcos. Apenas mudou de cara. Espetáculos como
Arena Conta Zumbi, Arena Conta Tiradentes, Roda Viva
e tantos outros, como o mais recente Gota D’água, passaram
[31] para a história do musical brasileiro.
Neyde de Veneziano. Teatro da juventude. São Paulo: Ano 1, n.º 5, 1996 (com adaptações).
Considerando o texto acima e o que ele suscita, julgue o item a seguir.
A fusão de linguagens artísticas, tema tratado no fragmento de texto apresentado, caracteriza os desfiles das escolas de samba.
Pastas
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