Questões de Filosofia - Filosofia moderna - Ciência Moderna e Racionalismo
Leia com atenção o texto abaixo.
“[...] jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; [...] evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida”.
René Descartes. Discurso do método, I. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 37.
Defender a evidência, a clareza e a distinção ao próprio espírito (à própria razão) como primeiro critério do conhecimento verdadeiro expressam uma posição
Francis Bacon (1561-1626): “Só há e só pode haver duas vias para a investigação e para a descoberta da verdade. Uma, que consiste no saltar-se das sensações e das coisas particulares aos axiomas mais gerais e, a seguir, descobrirem-se os axiomas intermediários a partir desses princípios e de sua inamovível verdade. Esta é a que ora se segue. A outra, que recolhe os axiomas dos dados dos sentidos e particulares, ascendendo contínua e gradualmente até alcançar, em último lugar, os princípios de máxima generalidade. Este é o verdadeiro caminho, porém ainda não instaurado.”
(BACON, F. Novum organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. São Paulo: Abril Cultural, 1984, p. 16).
Assinale a alternativa CORRETA em conformidade com o texto:
A política científica hoje em curso no Brasil e em vários outros países, baseada num produtivismo galopante, indica-nos que o momento é crítico, que exige profunda reflexão e, principalmente, mudança de rotas. E isso tem que ser feito antes que seja tarde. Não podemos nos esquecer da dubiedade apontada por Derrida: o remédio que cura também pode matar. Como diz um velho ditado popular, a diferença entre o remédio e o veneno pode estar apenas na dosagem.
ORTIZ, Renato. Cientificidade, cientometria e insensatez. In: A diversidade dos sotaques: o inglês e as ciências sociais. São Paulo: Brasiliense, 2008, p. 142.
Depreende-se do texto que o autor
René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, é um dos inauguradores da filosofia moderna. Sua concepção integra o movimento de filósofos que promovem a emergência do racionalismo. Descartes desenvolve um método de análise que forneceria os fundamentos do pensamento que prevaleceria na modernidade, que consiste no ceticismo metódico.
Com esse método, Descartes:
Leia a seguir um trecho da condenação de Galileu Galilei pelo Tribunal da Inquisição:
Roma, 23 de junho de 1633.
Nós, [...] pela misericórdia de Deus, da Sta. Igreja Romana cardeais, em toda a República Cristã inquisidores gerais da Sta. Sé Apostólica com missão especial contra a herética maldade, em sendo que tu, Galileu, [...], fostes denunciado em 1615 neste Santo Ofício por admitir como verdadeira a falsa doutrina, por alguns ensinada, que o Sol seja o centro do mundo e imóvel, e que a Terra se mova também de movimento diurno (...).Te condenamos ao cárcere formal neste St. Ofício ao arbítrio nosso; e por penitência salutar te impomos que por três anos a partir de agora uma vez por semana leias os sete Salmos penitenciais; reservando-nos a faculdade de moderar, modificar, ou suspender em todo ou em parte as referidas pena e penitência.
(Extraído de: BAIARDI, Amílcar et. al. Processos cavilosos, sentença vingativa e abjura humilhante: o caso Galileu. Cadernos de História da Ciência - Instituto Butantã - Vol. VIII (2), p. 203- 206, jul./dez 2012.)
Tal condenação fez parte de um contexto marcado por:
Embora não haja país em que a medicina seja menos necessária do que em Utopia, essa ciência nunca esteve em maior honra, pois eles incluem seu conhecimento entre as mais belas e úteis áreas da filosofia, uma vez que, quando perscrutam os segredos da natureza com a ajuda da filosofia, parece que não só percebem um admirável prazer, mas também recebem a graça suprema junto ao criador e autor na natureza. Eles pensam que o criador, à maneira dos outros artífices, expôs a máquina do mundo para ser admirada e vista pelo homem, a quem ele fez o único a ser capaz de compreender a dimensão da sua obra.
MORE, Thomas. Utopia. Belo Horizonte: Autêntica, 2017, p.149.
O gênero das narrativas utópicas ganha impulso com a obra Utopia (1516), de Thomas More. De modo geral, obras como A Cidade do Sol (1623), de Tommaso Campanella, A Nova Atlântida (1627), de Francis Bacon e Panorthosia (1657), de Iohannes Comenius, colaboraram na formação de um imaginário científico repleto de elementos racionais e naturalistas. Além disso, o progresso da sociedade é apresentado como atrelado ao das ciências, das artes e do ensino.
Com base nos textos acima e nos conhecimentos acerca das narrativas utópicas dos séculos XVI e XVII, é INCORRETO afirmar que elas...
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