Rápida, eficiente e certeira: o ensino online na China
Aprenda com os exemplos da China como migrar para o ensino online de uma maneira proveitosa.
O ano de 2020 começou completamente diferente do esperado e todos nós fomos, pegos de surpresa e praticamente obrigados a rever nossos planos para que consigamos nos adaptar a esse novo cenário provocado pela pandemia causada pelo novo coronavírus.
Quando todo este assunto ainda parecia muito distante do Brasil, ficamos impressionados pela notícia de que a China construiu um hospital em 10 dias para conseguir oferecer atendimento necessário a sua população. Em seguida e muito rapidamente o mundo por lá mudou, foram necessárias apenas 3 semanas para que todo o sistema educacional fosse transferido para plataformas online.
Revisando o seu posicionamento, a China declara que essa transição poderia ser ainda mais rápida e que só não foi, porque eles esperaram um bom tempo até entender que o sistema educacional tradicional não voltaria tão cedo.
Mas, como referência em experiência com o assunto, o que a China pode nos ensinar?
Conheça as ferramentas que já existem e use-as.
É fato de que as escolas que já tinham uma boa relação com a tecnologia neste momento saíram na frente. Conhecer e usar as ferramentas já existentes é uma das principais maneiras de acelerar o processo de transição. A escola definitivamente não precisa criar sua própria plataforma de ensino a distância totalmente do zero e foi isso que a China entendeu logo de cara. Por lá, a regra era: parar as escolas e não a aprendizagem. Então, o governo ofereceu horários na televisão para que as aulas fossem passadas massivamente. Também foi disponibilizada a todas as escolas uma plataforma única que agregaria todo o conteúdo, exercícios e até games para os alunos.
Nós sabemos que nem todos os países têm o aparato estatal suficiente para fazer isso, mas podemos aprender a principal lição dessa decisão: use o que já existe. Aplicativos e plataformas como: whatsapp, lista de e-mail, hangouts, google drive, zoom e youtube estão a um clique de distância e portanto não precisamos inventar a roda.
É importante lembrar que a reprodução do ensino presencial na EAD não se resume simplesmente a fazer uma aula por Skype com a turma. “Existe tecnologia e metodologias de ensino de ponta para reproduzir uma sala de aula presencial num ambiente virtual de aprendizagem. O design instrucional é totalmente diferente e isso nos leva diretamente ao próximo ponto.
Os professores continuam no centro do aprendizado. Treine-os.
Existe o senso comum de que a tecnologia é fria, prejudica as relações e afasta as pessoas. Se o mindset da sua equipe for este, é muito provável que você tenha muitos mais problemas ao implantar aulas online. Neste momento, as relações humanas são cruciais não só para o aprendizado, como também para a manutenção da utilidade do sistema escolar e manutenção da saúde emocional dos alunos. Então, entenda que a aula online deve ser o ponto de conexão humana entre a sua escola e a família.
Agora, mais que nunca escola e casa estão interconectadas. O ensino passou literalmente para dentro da casa do aluno, então preservar uma relação de confiança, organização, preparo e tutoria é verdadeiramente fundamental.
Isso significa que os professores passam a ser novamente a figura mais importante que a sua escola carrega. Eles serão o ponto de contato entre esses dois universos e devem ter o treinamento adequado para isso. Valorize seus profissionais, ofereça a estrutura necessária para o andamento perfeito das aulas. Capacite-os com as habilidades essenciais e se possível, ofereça uma equipe de suporte tecnológico que pode ser acionada diariamente caso seja preciso.
Aulas expositivas com carga horária reduzida.
A China entendeu rapidamente que o mundo mudou. É isso que nós precisamos fazer também! Seria um erro esperar que a mesma carga horária usada em sala de aula, fosse repassada ao aluno que está em casa.
Mais importante que o tempo de exposição às aulas é o roteiro e o ritmo que essa aula seguiu e o resultado que ela gerou. Sendo assim, o ideal é que a escola faça testes com seus alunos e crie um canal de diálogo aberto sobre o tempo de duração das aulas em comparação com a sua efetividade. Um bom plano de aula pode ajudar neste momento e aqui selecionamos alguns pontos que a sua escola deve tentar seguir em cada aula:
- Mostrar os objetivos de aprendizagem aos alunos;
- Oferecer os insumos do professor: aqui deve ter a parte teórica, de conteúdo, da aula. Pode ser feito com textos explicativos, slides, vídeos, áudios, imagens, etc;
- Continuar incentivando a atividade prática: essa etapa deve simular o momento da aula no qual o aluno pratica o que aprendeu;
- Manter um registro de atividades: deve ser feita pelo aluno e compartilhado com o professor. Pode ser por meio de fotos, vídeos, áudios, textos escritos e até outras ferramentas Google, como o Docs e o Forms;
- Feedback: é a devolutiva do professor para o aluno. Pode ser por correção dos exercícios, ou demais respostas às atividades sugeridas.
Se a sua aula conseguir passar mesmo que rapidamente por cada um desses pontos, ela com certeza terá um resultado positivo tanto para a escola quanto para o aluno ao final do dia.
Entender o cenário de Pandemia.
Por último e não menos importante é essencial lembrar que essa situação está acontecendo devido a uma pandemia. Este jamais será o cenário ideal, portanto todas as aulas devem ser vistas como de fato são: uma adaptação.
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus não ficam restritos às pessoas infectadas. Na educação, 1,5 bilhão de estudantes chegaram a ficar com aulas suspensas ou reconfiguradas ao redor do mundo. O contingente representa mais de 90% de todos os estudantes do planeta – segundo atualização realizada pela Unesco, órgão da ONU para educação e cultura.
Então, acalme-se. É uma turbulência mundial e o papel de todos é apenas conseguir chegar ao outro lado com o mínimo de danos possíveis. Tenha isso em mente e transmita essa segurança também aos seus alunos.
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