Redação #74622
No fim do século XIX, Thomas Edison, inventor e cientista britânico, apresentava em Paris sua câmera de múltiplas lentes, que, por meio de uma sucessão de fotos aliada ao uso de papel sensível à luz, possibilitava a exibição de imagens que se movimentavam. Nascia ali a técnica que revolucionaria a fotografia e criaria o cinema. Com sua invenção, Edison almejava alcançar e inspirar pessoas de todas as realidades e origens. Todavia, hoje, mais de um século depois, o desejo do pai do cinema ainda não se concretizou: a realidade da sociedade brasileira faz com que a apreciação da sétima arte não seja uma realidade acessível a todos.
Em primeira instância, a nível social-legal, faz-se presente a questão da pirataria. O comércio ilegal de produção artística, ou pirataria, como é conhecido, existe e sempre existiu quase que concomitantemente com a existência da própria arte, mas se intensificou nas décadas após a intensificação do processo de globalização, especialmente com o advento da Internet e o facilitamento do compartilhamento que ela proporciona. Tendo em vista a realidade de grande parcela da população, que não possibilita o consumo da arte das fontes oficiais por conta de seu custo elevado, sobra recorrer a fins ilegais, porém mais acessíveis. Embora o aparecimento de serviços de online streaming, plataformas da World Wide Web que permitem o acesso a extensos catálogos de filmes, como a Netflix e a Amazon Prime, é fato que, ainda assim, a realidade da sociedade brasileira simplesmente não permite o gasto com cultura, que embora importante, é supérfluo se comparado com necessidades básicas. Deste modo, a pirataria mostra-se como a saída, proporcionando a acessibilidade que a Indústria Cultural falha em prover, mas consequentemente desvalorizando o trabalho de cineastas, diretores e atores, comprometendo suas rendas e fomentando o comércio ilegal.
Ademais, na esfera social, observa-se um afastamento entre a realidade da maior parcela da população em relação àqueles que estão em destaque na cena hodierna do cinema. Premiações de produções cinematográficas, como o Oscar e o Festival de Cannes, são eventos de gala de grande porte, luxuosos e ostentativos, numa ambientação quase irreconhecível à maior parte daqueles que consumirão o conteúdo. Além disso, essa desconexão com a realidade do espectador faz com que a produção deixe a desejar no quesito representatividade, ou seja, na exposição de histórias com as quais o público possa se identificar. Assim, somado ao academicismo inerente à produção cultural hodierna, o brasileiro se sente distanciado e, consequentemente, desmotivado a frequentar e consumir este tipo de produto e conteúdo.
Dessa forma, fica nítida a disparidade da realidade brasileira contemporânea e a inclusividade de todos no âmbito do cinema, e urgem medidas que democratizem essa forma de arte. Cabe às ONGs, aliadas à iniciativa privada, promover intervenções culturais, por meio de palestras, mostras e exposições, em escolas e espaços públicos, a fim de reaproximar o cinema e o cidadão brasileiro e demonstrar que essa arte pode, sim, representá-lo fielmente. Ademais, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, visto sua pertinência ao assunto, criar programas de inclusão que permitam a pessoas de todas as localidades e realidades frequentar os espaços criativos e conhecer o trabalho de artistas e criadores, de modo que não tenham que recorrer a meios ilegais para acessá-los.
Em primeira instância, a nível social-legal, faz-se presente a questão da pirataria. O comércio ilegal de produção artística, ou pirataria, como é conhecido, existe e sempre existiu quase que concomitantemente com a existência da própria arte, mas se intensificou nas décadas após a intensificação do processo de globalização, especialmente com o advento da Internet e o facilitamento do compartilhamento que ela proporciona. Tendo em vista a realidade de grande parcela da população, que não possibilita o consumo da arte das fontes oficiais por conta de seu custo elevado, sobra recorrer a fins ilegais, porém mais acessíveis. Embora o aparecimento de serviços de online streaming, plataformas da World Wide Web que permitem o acesso a extensos catálogos de filmes, como a Netflix e a Amazon Prime, é fato que, ainda assim, a realidade da sociedade brasileira simplesmente não permite o gasto com cultura, que embora importante, é supérfluo se comparado com necessidades básicas. Deste modo, a pirataria mostra-se como a saída, proporcionando a acessibilidade que a Indústria Cultural falha em prover, mas consequentemente desvalorizando o trabalho de cineastas, diretores e atores, comprometendo suas rendas e fomentando o comércio ilegal.
Ademais, na esfera social, observa-se um afastamento entre a realidade da maior parcela da população em relação àqueles que estão em destaque na cena hodierna do cinema. Premiações de produções cinematográficas, como o Oscar e o Festival de Cannes, são eventos de gala de grande porte, luxuosos e ostentativos, numa ambientação quase irreconhecível à maior parte daqueles que consumirão o conteúdo. Além disso, essa desconexão com a realidade do espectador faz com que a produção deixe a desejar no quesito representatividade, ou seja, na exposição de histórias com as quais o público possa se identificar. Assim, somado ao academicismo inerente à produção cultural hodierna, o brasileiro se sente distanciado e, consequentemente, desmotivado a frequentar e consumir este tipo de produto e conteúdo.
Dessa forma, fica nítida a disparidade da realidade brasileira contemporânea e a inclusividade de todos no âmbito do cinema, e urgem medidas que democratizem essa forma de arte. Cabe às ONGs, aliadas à iniciativa privada, promover intervenções culturais, por meio de palestras, mostras e exposições, em escolas e espaços públicos, a fim de reaproximar o cinema e o cidadão brasileiro e demonstrar que essa arte pode, sim, representá-lo fielmente. Ademais, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, visto sua pertinência ao assunto, criar programas de inclusão que permitam a pessoas de todas as localidades e realidades frequentar os espaços criativos e conhecer o trabalho de artistas e criadores, de modo que não tenham que recorrer a meios ilegais para acessá-los.
Carregando as redações...
Aguarde um momento...
lorena lucena
Ribeirão Preto - SP