Redação #742240
"A tontura da fome é pior do que a do álcool [...] Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago", diz um trecho da obra "Quarto de despejo" de Carolina de Jesus em 1960, nos mostrando que a fome é um problema persistente que prevalece nos dias atuais com as mesmas vítimas e foi ainda mais agravado pela Covid-19.
Carolina era preta e favelada, e na maior parte de sua vida, lutou contra a fome e a miséria. Essa ainda é a realidade de muitas pessoas como ela, que, com a desigualdade social, vivem ou sobrevivem sabendo que terão sorte se houver pelo menos uma refeição ao dia, mães que como ela, deixam de se alimentar para alimentar seus filhos, que crescem acostumados com a fome.
Atualmente, com a pandemia de Covid-19, temos como consequência social e econômica no Brasil, a insegurança alimentar. Após uma pesquisa realizada em novembro e dezembro de 2020, nota-se que, em relação à cor da pele das pessoas entrevistadas, os pardos e os pretos, são os que mais sofrem com a carência e a insegurança alimentar, esse problema também é mais frequente em casas chefiadas por mulheres.
Portanto, conclui-se que, esse problema sempre esteve presente em nossa sociedade, e a maioria de suas vítimas tem as mesmas características, ou seja, pretos e pardos, favelados, mulheres e analfabetos são os principais alvos da fome. Logo, é necessário que haja assistência social, combate à fome, emprego e educação de qualidade, para que essas pessoas tenham acesso aos seus direitos e uma qualidade de vida melhor.
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