Redação #739522
Embora seja uma potência mundial em termos natural e cultural, o Brasil é um país que ainda oferece ao turista uma infraestrutura pouco eficiente ao longo de seu território. Isso ficou evidente na copa de 2014, sediado em terras tupiniquins, em que os estrangeiros relataram dificuldades com relação ao transporte e à locomoção interna. Para além desse entrave, atualmente, as maiores dificuldades do turismo brasileiro são aquelas relacionadas à pandemia do novo coronavírus: os rígidos protocolos de segurança e a alta das moedas e da inflação.
O contexto pandêmico hodierno exige que medidas sanitárias sejam adotadas, tais como o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social, a fim de que se atenue a taxa de transmissão do vírus. Contudo, essas medidas desencorajam a busca do turismo pela população, visto que muitos municípios fecharam suas atrações turísticas e comércios. A queda desse setor é, portanto, inevitável, enquanto houver alto número de contaminados. De acordo com J. Locke, esse é o preço que se paga por viver em sociedade já que, no contrato social, renuncia-se a liberdade individual em favor de uma liberdade coletiva. Nesse caso, essa última ocorrerá, seguramente, se todos respeitarem os protocolos de segurança, haja vista que com isso se garantirá o direito individual de ir e vir.
Ademais, a alta das moedas internacionais e da inflação figuram como outra dificuldade a ser enfrentada pelo setor de turismo na contemporaneidade, na medida em que as viagens se tornam cada vez mais custosas, o que afasta, novamente, as pessoas da busca pelo lazer em outros destinos. Isso ajuda a explicar a derrocada do capital presente nos setores da aviação e da hotelaria, segundo pesquisa da Fecomercio-SP. Tal cenário promete deixar marcas profundas não só no setor de turismo, mas também na economia como um todo. Vê-se o aumento da desigualdade social em ritmo acelerado, tristemente, pois com ela, aumenta-se a fome e a miséria.
Depreende-se, dessa maneira, por conseguinte, que o setor do turismo brasileiro não se recuperará enquanto as crises econômica e sanitária não forem controladas. Urgentemente e em primeiro plano, deve-se combater a doença no país e, para isso, é necessário que o Ministério da Saúde acelere o plano de vacinação e, juntamente com o Ministério da Comunicação, promova publicidade por meio de pôsteres em lugares públicos e vídeos rápidos informativos na internet, capazes de esclarecer dúvidas dos brasileiros quanto à vacinação, a fim de angariar cada vez mais cidadãos imunes. Assim, eles agirão em nome da liberdade coletiva, conforme o contrato social de Locke, e o turismo terá enfrentado sua principal dificuldade atual. Por fim, e passado a pandemia, cabe implementar políticas públicas que diminuam a pobreza generalizada e o investimento em transporte, para que o turismo brasileiro seja alavancado.
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