Redação #552198
Tempo correção: 10 dias úteis
Previsão: 23/04/2021
Previsão: 23/04/2021
Durante a democracia da Grécia Antiga, foi criado o Ostracismo, que consistia no julgamento do povo de Atenas para banir por dez anos um cidadão suspeito. Análogo à atualidade, com o advento das redes sociais, as pessoas encontraram uma forma de "banir" alguém do meio cibernético baseado nas suas falas e atitudes, julgadas desrespeitosas pelos outros usuários. Tal fenômeno ficou conhecido como "cultura do cancelamento", que, por gerar, muitas vezes, efeitos equivocados, precisa ter seus aspectos comportamentais e sociais debatidos.
Nesse sentido, nota-se uma ânsia muito grande pela caça de culpados a partir do movimento "metoo", na rede social Twitter, que buscava denunciar histórias de assédio sexual que aconteceram com várias mulheres, desmascarando pessoas famosas e destruindo suas carreiras, como aconteceu com o diretor de cinema Harvey Weinstein. Dessa forma, percebe-se que, em alguns casos, apesar de facilitar a justiça, muitas vezes uma pessoa é "cancelada" injustamente, o que, com a rápida propagação da internet, é ainda mais agravado. Tal fato foi observado com Raul Seixas, acusado em um biografia de entregar um amigo para os militares durante a ditadura, algo que não passou de um mal entendido. Assim, nota-se um verdadeiro "caça às bruxas", como ocorreu na Idade Média, no século XXI, visto que, assim como naquela época, muitas pessoas são sentenciadas injustamente, mudando a forma como a sociedade as vê, o que urge mitigação.
Ademais, a cultura do cancelamento apresenta um paradoxo, pois, apesar de buscar anular a imagem da pessoa das redes sociais, aumenta ainda mais a popularidade do sujeito, visto que ele se torna o assunto do momento, assim como ocorreu com a socialite Day McCarthy, a qual ainda vira notícia mesmo depois de em 2017 ter chamado a filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso de macaca por ser negra. Além disso, nota-se que a cultura do cancelamento foi perdendo o senso de proporção. Se antes cancelavam-se indivíduos famosos de Hollywood, hoje se cancela alguém por usar um termo do meio LGBT equivocadamente, por exemplo, tornando a internet um ambiente que coage as pessoas de expressarem seu ponto de vista. Por esse motivo, a feminista negra Loretta Ross, em um artigo de opinião para o jornal New York Times, faz uma defesa do antipunitivismo e é a favor de medidas educativas, o que é de suma importância nesse contexto, visto que apontar os erros de alguém favorece sua resistência, e não auxilia na criação de uma sociedade mais respeitosa.
Torna-se evidente, portanto, que medidas exequíveis são necessárias para limitar os efeitos da cultura do cancelamento no meio virtual. Nesse sentido, a mídia, com seu alto poder de persuasão, deve, por intermédio das redes sociais, publicar anúncios relacionados ao respeito á liberdade de expressão, com o objetivo de fazer os usuários, ao invés de atacarem a fala que não concordam, explicar ao outro do porque ela está equivocada. Outrossim, a escola, por meio de trabalhos escolares e debates com os alunos, deve ensinar a eles sobre a importância de se pesquisar sobre as informações absurdas que acham na internet, meio onde circulam grande parte das "fake news", a fim de evitar falsas acusações. Desse modo, o ostracismo do século XXI poderá ser atenuado.
Nesse sentido, nota-se uma ânsia muito grande pela caça de culpados a partir do movimento "metoo", na rede social Twitter, que buscava denunciar histórias de assédio sexual que aconteceram com várias mulheres, desmascarando pessoas famosas e destruindo suas carreiras, como aconteceu com o diretor de cinema Harvey Weinstein. Dessa forma, percebe-se que, em alguns casos, apesar de facilitar a justiça, muitas vezes uma pessoa é "cancelada" injustamente, o que, com a rápida propagação da internet, é ainda mais agravado. Tal fato foi observado com Raul Seixas, acusado em um biografia de entregar um amigo para os militares durante a ditadura, algo que não passou de um mal entendido. Assim, nota-se um verdadeiro "caça às bruxas", como ocorreu na Idade Média, no século XXI, visto que, assim como naquela época, muitas pessoas são sentenciadas injustamente, mudando a forma como a sociedade as vê, o que urge mitigação.
Ademais, a cultura do cancelamento apresenta um paradoxo, pois, apesar de buscar anular a imagem da pessoa das redes sociais, aumenta ainda mais a popularidade do sujeito, visto que ele se torna o assunto do momento, assim como ocorreu com a socialite Day McCarthy, a qual ainda vira notícia mesmo depois de em 2017 ter chamado a filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso de macaca por ser negra. Além disso, nota-se que a cultura do cancelamento foi perdendo o senso de proporção. Se antes cancelavam-se indivíduos famosos de Hollywood, hoje se cancela alguém por usar um termo do meio LGBT equivocadamente, por exemplo, tornando a internet um ambiente que coage as pessoas de expressarem seu ponto de vista. Por esse motivo, a feminista negra Loretta Ross, em um artigo de opinião para o jornal New York Times, faz uma defesa do antipunitivismo e é a favor de medidas educativas, o que é de suma importância nesse contexto, visto que apontar os erros de alguém favorece sua resistência, e não auxilia na criação de uma sociedade mais respeitosa.
Torna-se evidente, portanto, que medidas exequíveis são necessárias para limitar os efeitos da cultura do cancelamento no meio virtual. Nesse sentido, a mídia, com seu alto poder de persuasão, deve, por intermédio das redes sociais, publicar anúncios relacionados ao respeito á liberdade de expressão, com o objetivo de fazer os usuários, ao invés de atacarem a fala que não concordam, explicar ao outro do porque ela está equivocada. Outrossim, a escola, por meio de trabalhos escolares e debates com os alunos, deve ensinar a eles sobre a importância de se pesquisar sobre as informações absurdas que acham na internet, meio onde circulam grande parte das "fake news", a fim de evitar falsas acusações. Desse modo, o ostracismo do século XXI poderá ser atenuado.
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Mariana Gomes
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