Redação #473007
Título: O flerte, o assédio e a violência
11/02/2021
Nas últimas décadas, graças a outras décadas de revoluções, lutas diárias e militância constante por parte das mulheres, nota-se uma progressiva concientização social acerca o tema do machismo e suas reverberações. Porém, mesmo que na esfera política e da vida pública atos de invasão das liberdades delas sejam rechaçados pela mídia e a comunidade em geral, ainda se observam sintomas de um ambiente continuamente perigoso para o fêminino. Um bastante evidente são aqueles comentários inconvenientes que, sem conscentimento, existem. Mascaradas de "elogios" ou mero artifício do flerte, as cantadas quando forçadas e imperativas acabam tornando-se apliques cruéis dos desejos sexuais de quem a transmite, podendo, com sinistra facilidade, desbocar em uma trágica e violenta conclusão.
Basta uma insistência além do que foi conscentido, um pretexto para o emissor se tornar tanto inapropriado quanto desconfortável no ato que, naquele momento, se torna um assédio. Assim, em instantes, o alvo de sua abordagem desprovida de sutilezas, além de ser transformado em um objeto dos seus desejos pervertidos, ganha face de pavor pois desconhece os limites do estranho que a "elogia" com aquelas palavras brutas. Estes, usando de argumentos fúteis e ocos como reduto para suas transgressões, como por exemplo "Ela tava pedindo", apenas enfatizam sua própria ignorância sobre a vontade delas.
Portanto, explicar a diferença entre assédio e flerte se torna não apenas lógico, mas também necessário. Para tal, o contexto é de suma importância, uma vez que basicamente dita o tom da conversa e seu nível de intimidade sugerida; contextos sociais em que ambos demonstram o interesse e o ímpeto de se construir algo íntimo e bonito, mesmo que casual, é o cenário em que uma abordagem sutil, uma troca de olhares, um toque delicado, se tornam sim truques da paquera. Já em cenários cotídianos, demonstrar seu interesse por alguém de forma escrachada e indiscreta não soa nada senão babaca. Mas, o verdadeiro limiar entre o flertar e assediar se encontra na palavra: conscentimento. Flerte é um jogo consensual, enquanto a "cantada", logo, assédio, é abusivo.
Assim sendo, discutir sobre as cantadas e como elas interferem não apenas nas relações humanas que a envolvem, mas também na própria masculinidade , afim de buscar sempre a compreensão e a revolução na mudança de pequenos hábitos não antes percebidos como malignos, é indispensável. Com diálogo, educação sexual nas escolas para direcionar as crianças e ensiná-las sobre os limites entre o bonito e o invasivo, é o básico para garantir respeito. Afinal, de forma resumida, tudo se dá em reconhecer e respeitar o momento em que aquela conversa acabou.
Basta uma insistência além do que foi conscentido, um pretexto para o emissor se tornar tanto inapropriado quanto desconfortável no ato que, naquele momento, se torna um assédio. Assim, em instantes, o alvo de sua abordagem desprovida de sutilezas, além de ser transformado em um objeto dos seus desejos pervertidos, ganha face de pavor pois desconhece os limites do estranho que a "elogia" com aquelas palavras brutas. Estes, usando de argumentos fúteis e ocos como reduto para suas transgressões, como por exemplo "Ela tava pedindo", apenas enfatizam sua própria ignorância sobre a vontade delas.
Portanto, explicar a diferença entre assédio e flerte se torna não apenas lógico, mas também necessário. Para tal, o contexto é de suma importância, uma vez que basicamente dita o tom da conversa e seu nível de intimidade sugerida; contextos sociais em que ambos demonstram o interesse e o ímpeto de se construir algo íntimo e bonito, mesmo que casual, é o cenário em que uma abordagem sutil, uma troca de olhares, um toque delicado, se tornam sim truques da paquera. Já em cenários cotídianos, demonstrar seu interesse por alguém de forma escrachada e indiscreta não soa nada senão babaca. Mas, o verdadeiro limiar entre o flertar e assediar se encontra na palavra: conscentimento. Flerte é um jogo consensual, enquanto a "cantada", logo, assédio, é abusivo.
Assim sendo, discutir sobre as cantadas e como elas interferem não apenas nas relações humanas que a envolvem, mas também na própria masculinidade , afim de buscar sempre a compreensão e a revolução na mudança de pequenos hábitos não antes percebidos como malignos, é indispensável. Com diálogo, educação sexual nas escolas para direcionar as crianças e ensiná-las sobre os limites entre o bonito e o invasivo, é o básico para garantir respeito. Afinal, de forma resumida, tudo se dá em reconhecer e respeitar o momento em que aquela conversa acabou.
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Gabriel Souto Araujo Barcelos
Cuiabá -