Redação #1271595
Previsão: 03/03/2023
Segundo o artigo 6° da Constituição federal de 1988, todo cidadão tem direito à segurança. No entanto,
ao se analisar a segurança pública, violência policial e a militarização das polícias, fica claro que o princípio previsto pela Carta Magna muitas vezes não é cumprido no Brasil. Essa conjuntura ocorre, não só pela apologia advinda de uma população- visando o abuso de autoridade de respectivos agentes da proteção- mas também através do desenvolvimento acadêmico desses militares.
A partir disso, quando se fala no enaltecimento da agressividade militar, vale ressaltar o comportamento do apresentador Sikêra Júnior, que relata notícias no jornal "Alerta Nacional" da RedeTV. Visto que, o jornalista declara sua opinião pessoal no noticiário, sendo ela, o evidente apoiamento a policiais, que em suas ocorrências praticam brutalidade com o suspeito, mesmo não havendo comprovação do crime e nem resistência ao mandato. Analogamente ao proposto pelo noticiarista, esse é um pensamento muito comum de milhares de brasileiros, considerando que, condutas como a do repórter, também podem influenciar uma grande quantidade de pessoas a julgarem a situação da mencionada forma. Tal fato pode ser notado em comentários de informações recentes expostas em portais, havendo quase sempre nas postagens referentes às problemáticas praticadas por guardas, admirações aos atos. Em consequência disso, torna-se cada vez mais difícil promover a existência da carência de segurança pública.
Outrossim, vale destacar que esses comportamentos hostis são resultados da formação, educação e treinamento das polícias militares, que, de acordo com a Revista Brasileira de Segurança Pública, isso acontece pois, mesmo após a redemocratização do pais, foi mantido o paradigma de policiamento no modelo da segurança pública, ou seja, esses agentes foram disciplinados aos ditames rígidos da hierarquia e à proteção do Estado e da ordem. Sendo assim, essa corporação mantém uma cultura de guerra e combate ao inimigo, muitas vezes desrespeitando a constituição, ao invés de praticar sua principal função: proteger a população. São exemplos disso, as mortes que ocorrem todo ano -principalmente de pessoas negras, levando em conta a estruturação racista ainda muito presente- de suspeitos que nem sequer violaram uma lei. Casos como esses, estão se tornando cada vez mais comuns, e enquanto os Governos Estatais não agirem, mais inocentes serão afetados.
Portanto, mediante ao cenário supracitado, urge que as Secretarias de Segurança Pública de todos os estados da Federação, promovam uma campanha que intenciona o compreendimento dessa problemática, por meio de palestras com o objetivo de desmistificar a romantização dos ataques policiais. Por conseguinte, cabe ao mesmo orgão, a possibilitação de mudança na preparação dos agentes militares, por intervenção no modo de ensinamento dado as forças auxiliares, no propósito de diminuir as práticas incoerentes aos indivíduos, a qual haverá uma reformulação na civilidade do corpo militar. Desse modo, o 6º artigo da Constituição Federal será amplamente obedecido pelas autoridades.
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