Redação #1266660
Previsão: 12/12/2022
No filme "Avatar", os humanos invadem o planeta "Pandora" e destroem a biodiversidade, a cultura e a população nativa para explorar os recursos naturais daquele lugar. Fora do universo fictício, muitos povos tradicionais brasileiros também são vítimas da ambição humana. Nesse sentido, a valorização de comunidades e povos tradicionais auxilia na preservação da cultura brasileira e do meio ambiente. Assim, os desafios para que haja esse reconhecimento são a falta de políticas de desenvolvimento sustentável e a pouca difusão da cultura desses povos na sociedade.
De início, pontua-se que a escassez de programas de desenvolvimento sustentável afeta a qualidade de vida dessa parcela da população. a respeito disso, por viverem, na maioria das vezes, de atividades de subsistência relacionadas à natureza - como pesca e coleta -, essas comunidades são extremamente prejudicadas quando suas terras são ocupadas pela agropecuária. Nesse escopo, de acordo com a teoria do "Princípio da Responsabilidade", do filósofo Hans Jonas, deve-se agir de forma que os efeitos das ações individuais não prejudiquem a permanência das gerações futuras. Entretanto, a falta de políticas de desenvolvimento sustentável dificulta, cada vez mais, a permanência das gerações futuras desses povos, pois a subsistência e a qualidade de vida são ignoradas em prol do desenvolvimento econômico de empresas do ramo agropecuário, principalmente.
Ademais, como se não bastasse a exploração insustentável das suas terras, a pouca difusão da cultura dessas comunidades na sociedade impede a sua valorização. Nesse viés, os indígenas e quilombolas, pertencentes a uma expressiva parcela dos povos tradicionais brasileiros - que englobam também pescadores, ribeirinhos, extrativistas, entre outros -, foram imprescindíveis para a construção da história brasileira. Contudo, consoante à fala da antropóloga Lilia Schwarcz, o Brasil vive uma prática de eufemismo, ou seja, algumas questões tendem a ser suavizadas, inclusive o reconhecimento da importância da história desses povos. Consequentemente, essas culturas tradicionais não são ensinadas nas escolas e ficam, gradualmente, invisíveis para a sociedade e para o Estado.
Portanto, conclui-se que para preservar a cultura e a história tupiniquim através da valorização dessas comunidades, deve-se combater os desafios apresentados. Logo, com o objetivo de promover a valorização desses povos, cabe ao Ministério da Educação, em sinergia com o Ministério do Meio Ambiente, efetivar as práticas de desenvolvimento sustentáve já existentes e difundir a cultura desses povos na sociedade, por meio de uma maior fiscalização das leis ambientais e por meio da inserção da história das comunidades tradicionais, como a história indígena e quilombola, na grade curricular das escolas. Por fim, ter-se-á um maior reconhecimento dessas populações e cenários de destruição cultural e florestal como os do filme serão evitados.
- SP