Redação #1017418
Previsão: 09/05/2022
Há anos um problema vem crescendo e chamando atenção nos centros populacionais, a taxa de pessoas desabrigadas que vem crescendo a cada ano. Uma pesquisa divulgada pelo portal IPEA, mostra que desde 2012 a taxa de moradores de rua cresceu 140%, e na pandemia esse número só se agravou. Neste prima, a falta de políticas públicas que ampare a população de rua e, atrelado a isto, a alta taxa de desempregados após o período pandêmico, vem a tona.
Em primeira análise, vale ressaltar a fala da pesquisadora Juliana Reimberg, onde a mesma diz que "as políticas de apoio aos moradores de rua eficientes não são aquelas que se concentram apenas em centros de acolhimento, mas sim ações para que as pessoas consigam deixar as ruas com emprego e moradia", ou seja, ao investir somente em moradia, e não dar oportunidades de emprego e subsistência, o ciclo se repetirá e o indivíduo voltará as ruas. Outras medidas de apoio eficiente, são aquelas que tem como foco o controle de vícios, logo que os usuários de substâncias, como o álcool e opioides, marcam cerca de 50% dos desabrigados.
Paralelo a isto, podemos citar a alta margem de desemprego que se sucedeu durante e após a pandemia do covid-19, fazendo com que diversas famílias perdessem o seu sustento e parassem de "dar conta" das dívidas, como consequência disso, rumando para as ruas. Em uma entrevista à Folha, a moradora de rua Rosângela dos Santos diz "[...] As pessoas mandam a gente parar de ser vagabundo, ir trabalhar. Mas quem dá oportunidade? ninguém me chama para trabalhar!", ressaltando também que a dificuldade de conquistar um emprego em épocas de crise é acentuada quando se tem um preconceito envolvido.
Tendo dito isso, fica claro que cabe ao estado adotar medidas de apoio à população de rua, por meio da instauração de programas que venham a dar moradias e empregos a estas, para que conquistem sua liberdade e independência, além de aumentar o tempo oferecido do auxílio desemprego e políticas públicas de tratamento de vícios. Somente assim, poderemos viver em um mundo onde todos possuem um lar para o qual voltar.
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