Redação #739313
Previsão: 30/07/2021
Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à saúde e ao bem-estar social. Conquanto, o estigma associado às doenças mentais no Brasil impossibilita que essa parcela da população desfrute desse direito universal na prática. Nessa perspectiva, estes desafios devem ser superados de imediato para que uma sociedade integrada seja alcançada.
A educação é o fator principal no desenvolvimento de um país. Atualmente, ocupando a décima segunda posição na economia mundial, seria compreensível acreditar que o Brasil possui um sistema público de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto e o resultado desse contraste é nitidamente refletido nos estigmas presentes no universo das doenças psiquiátricas. Segundo os iluministas Diderot e D'alembret, a democratização da educação é fundamental no combate à alienação dos cidadãos, garantindo aos mesmos sua efetiva liberdade e direito básico a informação. Diante do exposto, tanto a elitização do sistema de ensino quanto a negligenciação de pautas sobre cuidados mentais nas escolas públicas e privadas, compactuam com a formação de uma sociedade desinformada e de um ideal de felicidade constante inalcançável.
Faz-se mister, ainda, salientar a omissão estatal nos investimentos em centros especializados de tratamentos a esses transtornos, que levam o Brasil a ser o quinto país com mais casos de depressão do mundo, segundo a OMS. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, a desordem mundial é causada, sobretudo, pela falta de controle do Estado. Diante de tal contexto, a falta de apoio estatal contribui para a marginalização de portadores, principalmente os de baixa renda.
Infere-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso é imprescindível que o Estado, por intermédio de projetos e investimentos, faça com que a saúde mental se torne um tema essencial nas escolas e que o apoio em centros especializados favoreçam a todas as classes sociais, a fim de que, em um futuro próximo, o cuidado mental seja priorizado pela sociedade. Assim, se consolidará uma sociedade integrada e saudável, mentalmente e fisicamente, onde o Estado desempenha corretamente seu "contrato social", tal como afirma John Locke.
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