Redação #701421
Previsão: 02/07/2021
"O cidadão invisível" trata da desvalorização de alguns indivíduos na sociedade brasileira. De fato, a crítica de Dimenstein é verificada na questão das doenças mentais, que são muitas vezes estigmatizadas e consideradas banais por parte da população. Nesse sentido, observa-se um delicado problema, que tem como causas, silenciamento e a lógica capitalista.
Sob essa perspectiva, a falta de debate é um desafio presente no problema. Djamila Ribeiro explica que é preciso tirar uma situação da invisibilidade para que soluções sejam promovidas. Porém, há um silenciamento instaurado na questão da saúde mental, visto que pouco se fala sobre o tema nas mídias de massa e na escola, gerando desinformação da maioria dos brasileiros. Logo, urge tirar essa situação da invisibilidade para atuar sobre ela, como defende a pensadora.
Outrossim, a priorização de interesses financeiros é um entrave no que tange ao problema. Para Bauman, os valores da sociedade estão sendo colonizados pela lógica do mercado. Tal constatação é nítida no estigma associado as doenças mentais, uma vez que as pessoas com depressão, por exemplo, muitas vezes são alvo de preconceito por afastarem-se do trabalho. Assim, intervir na lógica e colocar os valores humanos em primeiro lugar é urgente.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de interferir no problema. Para isso, o Poder Público deve investir em informação sobre saúde mental, por meio da destinação de verbas, a fim de reverter a supremacia de interesses mercadológicos que impera. Ademais, essa ação pode, ainda ser divulgada na mídia de massa para que a população tome conhecimento. Paralelamente, é preciso trabalhar sobre o silenciamento presente no problema. Dessa maneira, o Brasil poderá ter menos "cidadãos de papel", como defendeu Dimenstein.
Ibiúna - SP