Redação #655045
Eu sou a verdade
Tem-se ouvido com frequência que a pandemia que atravessamos não é tão aterradora assim, sendo somente uma "gripezinha" e que ao nos vacinarmos corremos o risco de nos transformarmos em jacarés. Versão mais recente do negacionismo da ciência.
Já houve tempos em que se condenou e matou quem ousasse contrariar verdades estabelecidas, como é o famoso caso de Giordano Bruno, astrônomo que propunha ser possível haver vida fora da Terra. Ou mesmo se exigiu que cientistas renegassem conclusões dos seus estudos - o caso de Galileu Galilei, adepto do heliocentrismo. Com o passar do tempo, encontramos negacionistas até mesmo do holocausto, como o atesta Deborah Limpstad, cujas consequências chegaram a se tornar filme, "Negação."
Atualsmente, vê-se uma onda de defensores do que poderíamos chamar de novo obscurantismo: terraplanismo, negação da periculosidade da COVID-19, movimento antivacina etc., o que seria compreensível em um mundo em que as informações e descobertas científicas fossem inacessíveis às pessoas, o que hoje certamente não é o caso.
Infelizmente, autoridades de altos escalões da política brasileira fazem pouco da ciência, em tom de deboche e de forma inconsequente - o que talvez venham a ter que responder frente à Justiça, dado que não se tratou só de uma mera opinião, mas de ações, ou melhor, omissão, assumindo uma postura retrógrada, ultrapassada, com slogans medievais, o que contribui para que já tenhamos perdido meio milhão de pessoas, em se tratando da tal "gripezinha."
Veranópolis - RS