Redação #647532
Na obra "O mundo como vontade e representação", o filósofo alemão Arthur Schopenhauer afirma que o nosso entendimento do mundo é limitado, uma vez que para ele, o homem toma os limites do seu campo de visão como os limites do mundo. De maneira análoga, a citação do filósofo pode ser relacionada ao ressurgimento do negacionismo científico, em virtude da falta de investimento em ciência e da falta de informação da população.
Diante desse cenário, é válido salientar que a insuficiência governamental configura-se como grande motivadora do problema. Conforme a Constituição Federal, o Estado é responsável pela promoção e incentivo do desenvolvimento científico no país, no entanto, tal responsabilidade não pode ser verificada na prática, pois segundo os dados do Jornal da USP, em 2021 o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) foi o que sofreu maior corte no orçamento federal, tendo uma redução de 29% em relação ao ano anterior. Logo, é inaceitável que um país que defende o progresso científico não seja capaz de garantir investimentos necessários nesta área.
Além disso, a desinformação da população junto a disseminação de informações falsas nos diversos meios de comunicação, contribui para a perduração do ceticismo científico, posto que grande parte da sociedade é exposta a um excesso de informações e muitos não buscam a veracidade de suas fontes, confirmando a limitação do entendimento como defendida por Schopenhauer. Como exemplo, há o movimento antivacina, que prega que esta forma de imunização é prejudicial à saúde,
sendo que já é comprovado que a vacinação é a forma mais eficaz de se proteger das doenças infecciosas.
Portanto, para ampliar o campo de visão da sociedade a respeito do mundo, compete ao Governo Federal junto ao MCTI, criar programas de incentivo a pesquisa e iniciação científica por meio de investimentos estatais. Tal ação deve ser divulgada nas mídias sociais e ainda acompanhar uma cartilha que expresse a importância da busca por fontes seguras de informação, visando a conscientização da população a partir do maior engajamento do Estado na área científica. Assim, será possível extinguir o negacionismo da ciência e fortalecer o desenvolvimento da mesma como previsto na Constituição Federal.
São Paulo - SP