Redação #647295
No livro brasileiro "Meu Pé de Laranja Lima" de José Mauro Vasconsellos, Zezé, de cinco anos de idade, é obrigado a viver em um mundo de fantasia e sonhar com luxos distantes da sua vida, graças à enorme pobreza que assola sua família. Infelizmente essa é a realidade de ínumeras famílias que vivem no Brasil atualmente, sendo privadas a apenas sonhar com prazeres da vida como fazer viagens pelo território nacional ou fora dele. Essa inviabilidade turística para grande parte do país, aliada ao fato da pandemia do vírus Covid-19 ter limitado a possibilidade de viagens, trouxeram enormes impactos no turismo brasileiro.
Primeiramente, é necessário ter em mente a realidade de grande maioria dos brasileiros atualmente. Onde, ainda que tenham o desejo de fazer viagens com maior frequência, tais viagens se tornam inviáveis pelo grande custo que essas pessoas teriam e que muitas vezes não conseguem arcar. Durante os tempos pandêmicos que assolaram o país, a crise econônima ampliou drasticamente o número de famílias que passam fome no Brasil. A preocupação constante em relação ao simples alimento diário coíbe a possibilidade de poder ser feita qualquer viagem. E, caso escolham viajar, preferem escolher lugares próximos e de fácil acesso em que o custo de locomoção não seja tão exorbitante, o que afeta diretamente agências de turismo que se veêm sem a possibilidade de ter algum tipo de lucro.
É pertinente analisar os acontecimentos atuais que se remetem ao vírus Covid-19, que paralisou todo o mundo desde 2020. A facilidade de transmissão do vírus tornou necessário o distânciamento social e, ainda que este, infelizmente, não seja de adoção unânime, no auge da crise do vírus a oferta de assentos nos aviões chegou a cair 95%, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Diversas daquelas famílias que antes consideravam as férias um bom momento para viagens, durante a quarentena,
preferiram passa-las no conforto de suas casas e longe da possibilidade de infecção pelo vírus.
Conhecer seu próprio ou outros territórios é de suma importância para uma melhor convivência humana, dessa forma, se torna necessária a tomada de medidas que possam coíbir a falta do acesso popular ao turismo. O Ministério da Saúde, como órgão responsável por questões que envolvem decisões relativas às questões pandêmicas, deveria estar, em conjunto com a Mídia, fazendo propagandas mais claras e incisivas sobre os cuidados relacionados à Covid-19 e ampliando o cuidado tomado para que viagens possam ser possíveis o mais rápido o possível. Também deveriam ser criados programas sociais pelo Governo Federal, aliado ao Ministério da Educação, que angariem fundos para que crianças de famílias com menos poder aquisitivo possam ter acesso a elementos culturais brasileiros através de viagens nacionais feitas com a escola. Tornando, dessa forma, sonhos impossíveis que vivem na imaginação de crianças que passam pelas mesmas dificuldades que Zezé teve de passar em possibilidades reais.
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