Redação #643548
Artigo de Opinião
Equilibrio pessoal ou produtividade no trabalho: o que vem primeiro?
É notório que o advento da Covid-19 transfigurou uma gama de aspectos comportamentais na sociedade. Ademais, tendo as práticas laborais incluidas nesses, essa nova lógica nesse âmbito produziu novos desafios, fundamentalmente para os trabalhadores. A paritr disso, vemos que apesar de ampliar conexões entre funcionários pela independência de lugares físicos, os prestadores de serviço em geral tiveram afetadas negativamente: a saúde mental, custos extras com energia e equipamentos e a dificuldade de conciliar vida pessoal e profissional, fenômenos esses importantíssimos para essa nova problemática pós-pandemia.
No livro "A teoria comunicativa", Jurgen Habermas evidencia o conceito de razão instrumental a qual se dá por um desenvolvimento estritamente técnico e ausente de senso crítico. Analogamente, a esquemática hodierna de trabalho converge com tal viés exposto pelo filósofo alemão, haja vista que com a implementação da modalidade remota as rotinas dos trabalhadores passaram a funcionar em tornop das demandas laborais, fator desequilibrante para a vida pessoal de uma parcela considerável de indivíduos. Por isso, urge que o chamado "home office" seja repensado de modo que se adeque saudavelmente na vida das pessoas de maneira menos restritiva.
Somado a isso, essa mudança forçada nas relações de trabalho consolidou plataformas de chamadas de vídeo- Google meet e zoom- fato o qual ampliou as ligações nas empresas e instituições em geral, pela independência do espaço físico. Contudo, tal transfiguração e ntensificação no uso desse tipo de ferramenta, por exemplo, culmina, muitas vezes, também, no desequilíbrio supracitado, visto que se cria uma complicada dificuldade no conciliamento entre vida pessoal e profissional.
Portanto, é imprescindível se estabelecer que, apesar dos benefícios tecnológicos, as novas relações de trabalho trazem os desafios de manter o equilibrio na vida do trabalhador. Com efeito, esses não serão superados de maneira consistente sem uma readequação no modo como os profissionais são cobrados, no suporte de equipamentos prestado e no apoio à saúde mental desses. Dessa forma, tal esquemática se distanciaria da limitada óptica instrumental apresentada po Habermas.
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