Redação #641373
Ao longo de toda história brasileira diversos entraves foram encontrados na tentativa de desenvolvimento da nação. Infelizmente, dentre eles, destaca-se devido a sua recorrência na conjuntura hodierna, os impasses para a imunização nacional contra o novo coronavírus. A partir de uma análise desse obstáculo, percebe – se que ele está vinculado não só a desinformação e ao negacionismo – que é enorme neste país –, mas também à ineficácia do Governo na resolução desse infortúnio.
Em primeiro plano, é incontrovertível o grande número de pessoas que desconfiam, nega a ciência e espalham informações falsas a respeito da imunização, ao passo que aumentam as divergências de pensamentos na sociedade. Essa situação condiz com as ideias de Henri Lefebvre, uma vez que, para o sociólogo, o meio urbano é a manifestação de conflitos, o que pode ser relacionado à evidente segregação de interpretações a respeito da vacinação. Nesse viés, a parcela negacionista está relacionada a classe de maiores privilégios, onde as políticas públicas tomadas não interferem estruturalmente e financeiramente na sua condição, em comparação as classes inferiores. Dessa forma, evidencia-se que a elitização e as desigualdades socias, são um dos fatores principais nos impasses a respeito da imunização nacional contra o novo coronavírus.
Ademais, é irrefutável a ineficiência das autoridades na resolução dos problemas, visto que ele persiste no contexto atual. De acordo com o filósofo e sociólogo iluminista, John Locke, esse fato configura uma quebra no contrato social, uma vez que, ao revogar o "Estado de Natureza" – momento em que o homem não é obrigado a seguir leis e tem total liberdade -, com objetivo de ser governado pelo Estado, os cidadãos esperam que esse amenize as mazelas sociais e promova igualdade de direitos a todos, o que não ocorre atualmente no Brasil. Desse modo, o contrato é diariamente quebrado no país, posto que a população mais carente sofre com a desinformação e as decisões tomadas pelo Estado, o que, lamentavelmente, aumenta a desigualdade social e impede que todos tenham as mesmas oportunidades. Logo, é inegável que essa situação, que ocorre devidos às disparidades sociais, apenas intensifica, porquanto o governo não toma medidas eficientes em prol dela.
Portanto, partindo-se do pressuposto de que as soluções para os impasses na imunização nacional contra o novo coronavírus é árdua, é mister lembrar que medidas sejam implementadas para solucionar essa problemática. Sendo assim, o governo, por ser responsável por esse impasse, deve, por meio de investimentos à educação em locais menos favorecidos e com campanhas publicitarias, garantir que a população mais prejudicada esteja informada e instruída, quanto aos planejamentos para a vacinação. Isso, consequentemente acarretará uma diminuição na desigualdade social vigente no território nacional e uma população mais conscientizada, para defender seus interesses e anseios políticos. Somente dessa maneira o Brasil poderá se desprender das amarras de interesses políticos e progredir em direção ao futuro mais justo e mais humano.
Santana - AP