Redação #631057
"Em mim eu vejo o outro". O verso do poema Contranarciso, de Paulo Leminski, representa o oposto daquilo que se configurou como a realidade das redes sociais atualmente: a ausência de alteridade. Isso, pois, posturas extremistas, comentários degradantes e ataques irremédiáveis têm se tornado cada vez mais presentes no cotidiano online, culminando em uma cultura cibernética de difamação. Trata-se da cultura do cancelamento, cujo propóstio inicial, apesar de nobre, facilmente se desvirtua e promove tanto a disseminação do ódio, quanto danos à vida dos "cancelados".
Ressalta-se, a priori, que a ideia por trás do "cancelamento" é "punir" má condutas e desvios de caráter por parte de indivíduos que se sujeitam à exposição virtual. Exemplo disso são artistas que, durante a pandemia do Covid-19, compartilharam em seus perfis momentos de aglomeração e, por isso, foram altamente criticados. Todavia, a internet tornou-se um espaço de polarização de ideias e de discursos politicamente-corretos que acabam por não permitir que as pessoas aprendam com seus erros antes de serem publicamente criticadas. Com isso, os "canceladores" perpetuam um ódio - seguindo aquilo que a psicologia denomina "efeito-manada" - que tem feito do mundo virtual um universo tóxico e até mesmo, evitado.
Não obstante, faz-se cabível destacar que a internet é, de fato, como diz o dito popular, uma "terra de ninguém". Isso, por sua vez, origina uma ausência de regras de comportamento que a torna fértil para a proliferação da cultura do cancelamento. Com efeito, por mais que a liberdade de um indivíduo termine quando se inicia a do outro - conforme posto por Hebert Spencer -, os posts, comentários e tweets parecem ignorar quaisquer normas de conduta ética, de modo que a liberdade individual sobressai o respeito ao próximo. Assim, uma vez que o alcance é ilimitado, as postagens tomam proporções incontroláveis, e podem desencadear efeitos psicológicos permanentes na vida dos "cancelados".
Com isso, acredita-se, veementemente, que a correção dessa problemática tornaria o mundo virtual mais agradável e passivo. Para tanto, a coorporação que administra o Facebook, o Twitter e o Instagram devem disponibilizar a seus usuários cursos de conduta online gratuitos e em vários idiomas, para que se tome consciência daquilo que deve ser compartilhado, dos riscos de se expor, e dos danos do cancelamento. Ademais, cabe ao poder legislativo reformular o Marco Civil da Internet, sancionado em 2014, de modo a incluir punições legais à canceladores que visam somente a proliferação do ódio e a difamação de um indivíduo. Dessa maneira, os canceladores verão os cancelados como veem a si, e a ausência de alteridade será convertida em empatia.
Ressalta-se, a priori, que a ideia por trás do "cancelamento" é "punir" má condutas e desvios de caráter por parte de indivíduos que se sujeitam à exposição virtual. Exemplo disso são artistas que, durante a pandemia do Covid-19, compartilharam em seus perfis momentos de aglomeração e, por isso, foram altamente criticados. Todavia, a internet tornou-se um espaço de polarização de ideias e de discursos politicamente-corretos que acabam por não permitir que as pessoas aprendam com seus erros antes de serem publicamente criticadas. Com isso, os "canceladores" perpetuam um ódio - seguindo aquilo que a psicologia denomina "efeito-manada" - que tem feito do mundo virtual um universo tóxico e até mesmo, evitado.
Não obstante, faz-se cabível destacar que a internet é, de fato, como diz o dito popular, uma "terra de ninguém". Isso, por sua vez, origina uma ausência de regras de comportamento que a torna fértil para a proliferação da cultura do cancelamento. Com efeito, por mais que a liberdade de um indivíduo termine quando se inicia a do outro - conforme posto por Hebert Spencer -, os posts, comentários e tweets parecem ignorar quaisquer normas de conduta ética, de modo que a liberdade individual sobressai o respeito ao próximo. Assim, uma vez que o alcance é ilimitado, as postagens tomam proporções incontroláveis, e podem desencadear efeitos psicológicos permanentes na vida dos "cancelados".
Com isso, acredita-se, veementemente, que a correção dessa problemática tornaria o mundo virtual mais agradável e passivo. Para tanto, a coorporação que administra o Facebook, o Twitter e o Instagram devem disponibilizar a seus usuários cursos de conduta online gratuitos e em vários idiomas, para que se tome consciência daquilo que deve ser compartilhado, dos riscos de se expor, e dos danos do cancelamento. Ademais, cabe ao poder legislativo reformular o Marco Civil da Internet, sancionado em 2014, de modo a incluir punições legais à canceladores que visam somente a proliferação do ódio e a difamação de um indivíduo. Dessa maneira, os canceladores verão os cancelados como veem a si, e a ausência de alteridade será convertida em empatia.
Carregando as redações...
Aguarde um momento...
VICTÓRIA MARIA AKEL LEOS OLIVEIRA
Araxá -