Redação #474179
Título: Desvalorização cristalizada
15/02/2021
Segundo a Constituição brasileira de 1988, todos são iguais perante à lei e possuem o direito à livre expressão religiosa. No entanto, percebe-se um retardo nos caminhos utilizados para a efetivação do código, o qual culmina na expansão da intolerância religiosa no Brasil, em função do preconceito cristalizado na sociedade, o qual é intensificado pela ineficácia do modelo educacional do país no ensino das diferenças étnicas, aliado à herança colonial de desvalorização cultural.
Primeiramente, vale ressaltar que o preconceito enraizado socialmente retarda os caminhos usados para o combate da intolerância religiosa brasileira, em virtude da herança colonial de desvalorização das culturas. Isso ocorre porque as nações europeias, durante os séculos XV a XIX, buscaram marginalizar outras sociedades, com o fito de justificar a sua dominação e escravidão e, por conseguinte, obter mais lucros nas atividades coloniais, como na produção açucareira no Brasil. Essa realidade pode ser ratificada por meio do historiador Cristóvão Penha, para quem a demonização das religiões africanas, realizada pela Igreja Católica no século XVI, buscava justificar a escravidão daquele povo, uma vez que, segundo a instituição eclesiástica, os indivíduos não possuíam alma por não cultuarem a crença cristã. Dessa maneira, demonstra-se a busca pela desvalorização das culturas africanas, a fim de naturalizar os atos desumanos contra aquele povo e cristalizar socialmente a repulsa e o temor dessas manifestações religiosas.
Ademais, nota-se que a ineficiência do sistema educacional brasileiro intensifica o preconceito presente na sociedade, o que mitiga os efeitos benéficos dos caminhos utilizados no combate à intolerância religiosa no país. Isso ocorre porque o modelo educacional hodierno volta-se ao ensino de conteúdos para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e negligencia assuntos cruciais para a formação cidadã e, desse modo, cria indivíduos alienados acerca das diferenças étnicas e da importância da tolerância religiosa. Esse cenário pode ser ratificado por meio da pesquisa realizada pela Carees College Trust, segundo a qual, cerca de 76% dos entrevistados afirmam sentir que a escola não os prepara para a vida cidadã e para o mercado laboral. Dessa maneira, demonstra-se a ineficácia do modelo educacional na formação do indivíduo, o que criará cidadãos intolerantes, em virtude da ignorância sobre outras culturas marginalizadas na sociedade.
Portanto, vê-se que o preconceito perenizado no tecido social retarda o combate a intolerância religiosa no Brasil, em função da herança colonial de desvalorização cultural, aliada à ineficácia escolar do país. Desse modo, torna-se imprescindível que o Ministério da Educação em parceria com o Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, promova a inclusão obrigatória de questões sobre a história e a cultura do continente africano no Enem, a fim de aproveitar o foco das escolas no exame para fazê-las lecionar para os discentes. Assim, a longo prazo, criará cidadãos que auxiliarão o combate a intolerância religiosa brasileira.
Primeiramente, vale ressaltar que o preconceito enraizado socialmente retarda os caminhos usados para o combate da intolerância religiosa brasileira, em virtude da herança colonial de desvalorização das culturas. Isso ocorre porque as nações europeias, durante os séculos XV a XIX, buscaram marginalizar outras sociedades, com o fito de justificar a sua dominação e escravidão e, por conseguinte, obter mais lucros nas atividades coloniais, como na produção açucareira no Brasil. Essa realidade pode ser ratificada por meio do historiador Cristóvão Penha, para quem a demonização das religiões africanas, realizada pela Igreja Católica no século XVI, buscava justificar a escravidão daquele povo, uma vez que, segundo a instituição eclesiástica, os indivíduos não possuíam alma por não cultuarem a crença cristã. Dessa maneira, demonstra-se a busca pela desvalorização das culturas africanas, a fim de naturalizar os atos desumanos contra aquele povo e cristalizar socialmente a repulsa e o temor dessas manifestações religiosas.
Ademais, nota-se que a ineficiência do sistema educacional brasileiro intensifica o preconceito presente na sociedade, o que mitiga os efeitos benéficos dos caminhos utilizados no combate à intolerância religiosa no país. Isso ocorre porque o modelo educacional hodierno volta-se ao ensino de conteúdos para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e negligencia assuntos cruciais para a formação cidadã e, desse modo, cria indivíduos alienados acerca das diferenças étnicas e da importância da tolerância religiosa. Esse cenário pode ser ratificado por meio da pesquisa realizada pela Carees College Trust, segundo a qual, cerca de 76% dos entrevistados afirmam sentir que a escola não os prepara para a vida cidadã e para o mercado laboral. Dessa maneira, demonstra-se a ineficácia do modelo educacional na formação do indivíduo, o que criará cidadãos intolerantes, em virtude da ignorância sobre outras culturas marginalizadas na sociedade.
Portanto, vê-se que o preconceito perenizado no tecido social retarda o combate a intolerância religiosa no Brasil, em função da herança colonial de desvalorização cultural, aliada à ineficácia escolar do país. Desse modo, torna-se imprescindível que o Ministério da Educação em parceria com o Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, promova a inclusão obrigatória de questões sobre a história e a cultura do continente africano no Enem, a fim de aproveitar o foco das escolas no exame para fazê-las lecionar para os discentes. Assim, a longo prazo, criará cidadãos que auxiliarão o combate a intolerância religiosa brasileira.
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Fernando Leonardo
Natal - Rn