Redação #1287591
Previsão: 24/03/2023
No livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, a escritora relata a sua vida como catadora de sucatas em uma uma favela de São Paulo. Em sua biografia, ela expõe diversos problemas sociais do Brasil, como a miséria e a desigualdade social presentes no país. Paralelamente à obra de Carolina, está a realidade de muitos cidadãos da nação tupiniquim, já que o estigma da miséria e da insegurança alimentar no país ainda é um problema a ser sanado. Tais circunstâncias se devem à atual economia brasileira e a negligência do governo com a população mais pobre e vulnerável. Diante do exposto, é de fundamental importância que está fístula em nossa sociedade seja curada, para que não mais a narrativa supracitada seja um reflexo do quadro sociopolítico da Ilha de Vera Cruz.
Sob esse viés, é necessário ressaltar que os principais motivos para a fome no Brasil são de natureza econômica. O país enfrenta um grande aumento do desemprego e da pobreza, somada a uma inflação crescente, que corrói o poder de compra dos salários e dificulta o acesso à alimentos por boa parte da população. Segundo o filósofo alemão Karl Marx, essa conjuntura configura-se como uma falha do capitalismo, já que o estado não é capaz de administrar a sua economia de uma forma eficiente, permitindo que a classe trabalhadora passe fome e miséria, enquanto aqueles que detém os meios de produção ficam cada vez mais ricos.
Ademais, é essencial apontar o Estado como o grande impulsionador da fome no Brasil. Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de COVID-19, somente entre os anos de 2021 e 2022 haviam mais de 33,1 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave ou moderada. Essa ocorrência se deve à postura omissa do governo em relação às desigualdades sociais da nossa sociedade, que limitam as oportunidades de trabalho de pobres e periféricos, além da falta de investimento na economia nacional, como a agricultura familiar e o mercado de trabalho, por exemplo. Desse modo, é imperioso que essa problemática seja sanada para que possamos vencer a insegurança alimentar na Terra de Santa Cruz.
Em suma, é de absoluta importância que sejam tomadas medidas para combater a fome no país. Para isso, é imprescindível que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome invista formas eficazes de garantir a segurança alimentar dos brasileiros, tais como apoiar a agricultura familiar, que gera empregos e alimentos para a população local, destinar uma quantidade maior de verba para ONGs e órgãos públicos que visam amparar pessoas em situação de vulnerabilidade social e o investimento na educação de profissionais que possam auxiliar esses cidadãos, como a formação de nutricionistas e assistentes sociais. Isso deve ser feito por meio do Tribunal de Contas da União - órgão que opera feitos públicos - com o intuito aumentar o acesso à uma alimentação saudável e oferecer a essas pessoas uma vida mais digna. Assim, teremos um Estado mais eficiente e justo para as gerações seguintes, com um governo igualitário e livre de injustiças sociais.
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