Redação #1059864
Previsão: 27/06/2022
Desde a colonização, como fora relatado por Pero Vaz de Caminha, são evidentes as origens do preconceito de classes no Brasil. Nesse contexto, a vestimenta e o modo de vida dos nativos foi visto como inferior pelos colonos. Até hoje,há esse olhar com as outras pessoas de diferentes classes, e como consequência os processos de gentrificação e através do mito da meritocracia.
Em primeiro lugar, no filme "Que horas ela volta?" fica evidente a separação dos dormitórios pelas classes ali envolvidas, no micro cosmo respresentado pela casa da patroa e o quartinho da empregada. Paralelo ao filme, no cenário real as ações da prefeitura de São Paulo no tratamento da cracolândia foi um claro processo de gentrificação. Esse problema, pois além de institucionalizar a segregação socioespacial, ele reafirma o preconceito de classes e o pertencimento de certos espaços e empurra um problema de saúde pública para áreas que o capital não tem tanto valor especulativo.
Além disso, o mito da meritocracia se faz presente na legitimação do preconceito de classes. No século XIX, Brás Cubas, um herdeiro de família, dá de esmóla a Quincas a nota mais suja quem tem e o trata com desdém e como preguiçoso. Trazendo esse contexto à realidade, o problema está em desconsiderar as oportunidades de cada indivíduo tem na vida, as preocupações e anseios, bem como estilo de vida e condições da família.
Portanto, medidas devem ser tomadas acerca das origens e consequências do preconceito de classes no Brasil. É dever do Ministério da Educação, através de parcerias municipais, abordar o tema com trabalhos de campo e intercâmbio entre os alunos, com trocas de ideas sobre as expectativas que cada um tem na vida acerca da realidade. É uma medida à médio prazo que visa "quebrar a bolha" das classes mais altas acerca das oportunidades alheias, e assim para que a impressão que eles tenham ao olhar para o outro não seja semelhante ao de Caminhas séculos atrás.
Rio Claro - SP