Redação #1041049
Previsão: 06/06/2022
A insegurança alimentar no Brasil é um problema com crescimento proporcionalmente direto à alta dos valores dos alimentos, em união aos insuficientes reajustes salariais. Nesse contexto, a desigualdade social evidencia-se no poder de aquisição de itens básicos para a nutrição do ser humano, tornando a compra de produtos essenciais algo ainda menos compatível com o orçamento da população de baixa renda. Tal questão se arquiteta na ausência de políticas públicas direcionadas ao amparo dos cidadãos em vulnerabilidade alimentar, assim como na incompatibilidade do valor do salário mínimo com o custo de sobrevivência de cada indivíduo, que inclui os gastos referentes às refeições, mas não se equipara à renda per capita da grande maioria das famílias brasileiras.
Primeiramente, é necessário ressaltar que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2020 a 2022, o preço das carnes subiram em até 42,6%, enquanto o salário mínimo recebeu reajuste, no mesmo período, de aproximadamente 16%. Sendo assim, nota-se a desvalorização do real no país, favorcendo o aumento da população que sofre com a fome,através do declínio do poder de compra. Conclui-se, portanto, que esse revés necessita com urgência de intervenção.
Ademais, a falta de ações públicas que objetivem amparar pessoas em situação de carência alimentar, contribui para a perpetuação da situação. Partindo do princípio compartilhado por Platão, que determina como função da legislação a criação de projetos que viabilizem a existência do equilíbrio entre a riqueza e a pobreza, fica claro que a negligência dos representantes diante da desigualdade de acesso à comida é uma lacuna determinante para a complexidade do obstáculo.
Urge, por conseguinte, que o Ministério da Cidadania, em parceria com o Ministério da saúde, invista na criação de restaurantes que disponibilizem alimentação gratuita para pessoas que comprovem a incapacidade de arcar com os custos das próprias refeições, garantindo pontos de distribuição localizados em todos os bairros com alto índice de pobreza. A insegurança alimentar é um risco individual e coletivo, que afeta drasticamente a saúde pública e a qualidade de vida em uma nação. Por essa razão, é necessário que o amparo às pessoas seja tomado como prioridade para que, simultâneamente, mas visando resultados posteriores e graduais, as causas sejam solucionadas, realizando a reavalização do salário mínimo e trabalhando para a redução dos preços dos produtos nos mercados. Primeiro, o poder públivo precisa garantir a viabilidade de sobrevivência em seu terrirório para, em seguida, ofereça os meios para que próprio povo garanta esta.
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