FEMA 2018/1 Medicina
70 Questões
Leia o poema de Cecília Meirelles para responder a questão.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
− não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
− mais nada.
(Poesia completa, 2001.)
O eu lírico do poema define a si mesmo
Leia o poema de Cecília Meirelles para responder a questão.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
− não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
− mais nada.
(Poesia completa, 2001.)
A predominância de verbos no presente do indicativo reforça a ideia de
Leia o texto de Norberto Bobbio para responder a questão.
Com a palavra democracia os antigos entendiam a democracia direta; os modernos, a representativa. Quando nós falamos de democracia, a primeira imagem que nos vem à cabeça é o dia das eleições, com longas filas de cidadãos que aguardam sua vez para depositar votos nas urnas. Quando uma ditadura cai e se instaura o regime democrático, o que nos mostram as televisões de todo o mundo? Uma cabine eleitoral e um homem qualquer, ou o primeiro cidadão, que exerce seu direito ou cumpre seu dever de eleger quem o representará.
O sufrágio, que hoje é considerado o fato mais relevante de uma democracia, é o voto dado não para decidir, mas sim para eleger quem deverá decidir. Um dos maiores teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera que o elemento essencial da democracia real (não da ideal, que não existe em lugar nenhum) é o método da seleção dos dirigentes, ou seja, as eleições. Sobre isso, é significativa – tão significativa que parece ter sido inventada – a afirmação de um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, tendo como motivo uma eleição de 1902: “A cabine eleitoral é o templo das instituições norte-americanas, onde cada um de nós é um sacerdote a quem se confia a tarefa de cuidar da arca da aliança1 ”. Os que entram nesse templo nem sempre são a maioria, mas isso é algo que ocorre em todas as igrejas.
A imagem da democracia era completamente diferente entre os antigos: ao mencionar a democracia, pensavam em uma praça ou uma assembleia, onde os cidadãos eram chamados para tomar as decisões que lhes correspondiam. “Democracia” significa o que a palavra quer dizer literalmente: poder dos dêmos2 , e não, como hoje, poder dos representantes dos dêmos.
Na primeira defesa do governo democrático que a história registra, o mecanismo proposto para a nomeação dos magistrados não é a eleição, mas o sorteio.
Durante séculos, os conceitos de democracia e de eleições não convergiam na direção de uma ideia unitária, como acontece hoje, pois para os antigos a democracia não se resolve nos procedimentos eleitorais, embora não os exclua; inversamente, os procedimentos eleitorais são perfeitamente conciliáveis com as outras formas clássicas de governo, a monarquia e a aristocracia. Durante séculos se discutiu se era melhor a monarquia hereditária ou a eletiva; ninguém jamais pensou que uma monarquia – pelo fato de ser eletiva – deixaria de ser monarquia.
(O filósofo e a política, 2003. Adaptado.)
1arca da aliança: segundo a Bíblia, um baú onde foram guardados diversos objetos sagrados.
2 dêmos: palavra grega que significa “povo”
O autor do texto
Leia o texto de Norberto Bobbio para responder a questão.
Com a palavra democracia os antigos entendiam a democracia direta; os modernos, a representativa. Quando nós falamos de democracia, a primeira imagem que nos vem à cabeça é o dia das eleições, com longas filas de cidadãos que aguardam sua vez para depositar votos nas urnas. Quando uma ditadura cai e se instaura o regime democrático, o que nos mostram as televisões de todo o mundo? Uma cabine eleitoral e um homem qualquer, ou o primeiro cidadão, que exerce seu direito ou cumpre seu dever de eleger quem o representará.
O sufrágio, que hoje é considerado o fato mais relevante de uma democracia, é o voto dado não para decidir, mas sim para eleger quem deverá decidir. Um dos maiores teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera que o elemento essencial da democracia real (não da ideal, que não existe em lugar nenhum) é o método da seleção dos dirigentes, ou seja, as eleições. Sobre isso, é significativa – tão significativa que parece ter sido inventada – a afirmação de um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, tendo como motivo uma eleição de 1902: “A cabine eleitoral é o templo das instituições norte-americanas, onde cada um de nós é um sacerdote a quem se confia a tarefa de cuidar da arca da aliança1 ”. Os que entram nesse templo nem sempre são a maioria, mas isso é algo que ocorre em todas as igrejas.
A imagem da democracia era completamente diferente entre os antigos: ao mencionar a democracia, pensavam em uma praça ou uma assembleia, onde os cidadãos eram chamados para tomar as decisões que lhes correspondiam. “Democracia” significa o que a palavra quer dizer literalmente: poder dos dêmos2 , e não, como hoje, poder dos representantes dos dêmos.
Na primeira defesa do governo democrático que a história registra, o mecanismo proposto para a nomeação dos magistrados não é a eleição, mas o sorteio.
Durante séculos, os conceitos de democracia e de eleições não convergiam na direção de uma ideia unitária, como acontece hoje, pois para os antigos a democracia não se resolve nos procedimentos eleitorais, embora não os exclua; inversamente, os procedimentos eleitorais são perfeitamente conciliáveis com as outras formas clássicas de governo, a monarquia e a aristocracia. Durante séculos se discutiu se era melhor a monarquia hereditária ou a eletiva; ninguém jamais pensou que uma monarquia – pelo fato de ser eletiva – deixaria de ser monarquia.
(O filósofo e a política, 2003. Adaptado.)
1arca da aliança: segundo a Bíblia, um baú onde foram guardados diversos objetos sagrados.
2 dêmos: palavra grega que significa “povo”
A palavra “monarquia” é formada pela união de um prefixo ao radical “-arquia”, que quer dizer “comando”, “governo”.
Uma palavra formada com um prefixo de mesmo significado do prefixo de “monarquia” é:
Leia o texto de Norberto Bobbio para responder a questão.
Com a palavra democracia os antigos entendiam a democracia direta; os modernos, a representativa. Quando nós falamos de democracia, a primeira imagem que nos vem à cabeça é o dia das eleições, com longas filas de cidadãos que aguardam sua vez para depositar votos nas urnas. Quando uma ditadura cai e se instaura o regime democrático, o que nos mostram as televisões de todo o mundo? Uma cabine eleitoral e um homem qualquer, ou o primeiro cidadão, que exerce seu direito ou cumpre seu dever de eleger quem o representará.
O sufrágio, que hoje é considerado o fato mais relevante de uma democracia, é o voto dado não para decidir, mas sim para eleger quem deverá decidir. Um dos maiores teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera que o elemento essencial da democracia real (não da ideal, que não existe em lugar nenhum) é o método da seleção dos dirigentes, ou seja, as eleições. Sobre isso, é significativa – tão significativa que parece ter sido inventada – a afirmação de um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, tendo como motivo uma eleição de 1902: “A cabine eleitoral é o templo das instituições norte-americanas, onde cada um de nós é um sacerdote a quem se confia a tarefa de cuidar da arca da aliança1 ”. Os que entram nesse templo nem sempre são a maioria, mas isso é algo que ocorre em todas as igrejas.
A imagem da democracia era completamente diferente entre os antigos: ao mencionar a democracia, pensavam em uma praça ou uma assembleia, onde os cidadãos eram chamados para tomar as decisões que lhes correspondiam. “Democracia” significa o que a palavra quer dizer literalmente: poder dos dêmos2 , e não, como hoje, poder dos representantes dos dêmos.
Na primeira defesa do governo democrático que a história registra, o mecanismo proposto para a nomeação dos magistrados não é a eleição, mas o sorteio.
Durante séculos, os conceitos de democracia e de eleições não convergiam na direção de uma ideia unitária, como acontece hoje, pois para os antigos a democracia não se resolve nos procedimentos eleitorais, embora não os exclua; inversamente, os procedimentos eleitorais são perfeitamente conciliáveis com as outras formas clássicas de governo, a monarquia e a aristocracia. Durante séculos se discutiu se era melhor a monarquia hereditária ou a eletiva; ninguém jamais pensou que uma monarquia – pelo fato de ser eletiva – deixaria de ser monarquia.
(O filósofo e a política, 2003. Adaptado.)
1arca da aliança: segundo a Bíblia, um baú onde foram guardados diversos objetos sagrados.
2 dêmos: palavra grega que significa “povo”
“ninguém jamais pensou que uma monarquia – pelo fato de ser eletiva – deixaria de ser monarquia.” (5º parágrafo)
No contexto em que está inserido, o segmento destacado tem sentido de
Leia o texto de Norberto Bobbio para responder a questão.
Com a palavra democracia os antigos entendiam a democracia direta; os modernos, a representativa. Quando nós falamos de democracia, a primeira imagem que nos vem à cabeça é o dia das eleições, com longas filas de cidadãos que aguardam sua vez para depositar votos nas urnas. Quando uma ditadura cai e se instaura o regime democrático, o que nos mostram as televisões de todo o mundo? Uma cabine eleitoral e um homem qualquer, ou o primeiro cidadão, que exerce seu direito ou cumpre seu dever de eleger quem o representará.
O sufrágio, que hoje é considerado o fato mais relevante de uma democracia, é o voto dado não para decidir, mas sim para eleger quem deverá decidir. Um dos maiores teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera que o elemento essencial da democracia real (não da ideal, que não existe em lugar nenhum) é o método da seleção dos dirigentes, ou seja, as eleições. Sobre isso, é significativa – tão significativa que parece ter sido inventada – a afirmação de um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, tendo como motivo uma eleição de 1902: “A cabine eleitoral é o templo das instituições norte-americanas, onde cada um de nós é um sacerdote a quem se confia a tarefa de cuidar da arca da aliança1 ”. Os que entram nesse templo nem sempre são a maioria, mas isso é algo que ocorre em todas as igrejas.
A imagem da democracia era completamente diferente entre os antigos: ao mencionar a democracia, pensavam em uma praça ou uma assembleia, onde os cidadãos eram chamados para tomar as decisões que lhes correspondiam. “Democracia” significa o que a palavra quer dizer literalmente: poder dos dêmos2 , e não, como hoje, poder dos representantes dos dêmos.
Na primeira defesa do governo democrático que a história registra, o mecanismo proposto para a nomeação dos magistrados não é a eleição, mas o sorteio.
Durante séculos, os conceitos de democracia e de eleições não convergiam na direção de uma ideia unitária, como acontece hoje, pois para os antigos a democracia não se resolve nos procedimentos eleitorais, embora não os exclua; inversamente, os procedimentos eleitorais são perfeitamente conciliáveis com as outras formas clássicas de governo, a monarquia e a aristocracia. Durante séculos se discutiu se era melhor a monarquia hereditária ou a eletiva; ninguém jamais pensou que uma monarquia – pelo fato de ser eletiva – deixaria de ser monarquia.
(O filósofo e a política, 2003. Adaptado.)
1arca da aliança: segundo a Bíblia, um baú onde foram guardados diversos objetos sagrados.
2 dêmos: palavra grega que significa “povo”
“o que nos mostram as televisões de todo o mundo?” (1º parágrafo)
Passada para a voz passiva, mantendo-se o sentido original, a oração transforma-se em: