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55 Questões
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Onde não é só lugar
Uma ideia que precisa definitivamente ser abandonada é a que a palavra “onde” só serve para indicar “lugar concreto, espaço físico”, como tenta impor (inutilmente) uma longa tradição normativista. Numa atitude típica de um tradicionalismo de costas voltadas para os estudos linguísticos mais criteriosos, Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante, em Gramática da língua portuguesa, assim se pronunciam:
Há uma forte tendência, na língua portuguesa atual, em usar o onde como relativo universal, um verdadeiro cola-tudo. Esse uso curiosamente tende a ocorrer quando um falante de desempenho linguístico pouco eficiente “procura falar difícil”.
(CIPRO NETO; INFANTE, 1997, p. 436)
Temos aí, em tão poucas linhas, pelo menos três inverdades. Primeira: o uso de “onde” com diversos valores sintáticos e semânticos não é uma “forte tendência na língua portuguesa atual”; é um uso devidamente registrado na língua desde suas fases mais remotas. Segunda: “onde” não é usado como “relativo universal, um verdadeiro cola- tudo” - existem regras para o uso do “onde”, só que, por serem regras não abonadas pela norma-padrão clássica, nenhum autor de gramática normativa se dá ao trabalho de descrevê-las e registrá-las. Terceira: o uso de “onde” para se referir a outras coisas além de “espaço físico” não ocorre na produção verbal de falantes “de desempenho linguístico pouco eficiente”. A menos que os autores da gramática citada assim considerem, por exemplo, o poeta Luís de Camões.
BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro: um convite à pesquisa. 2. ed. São Paulo: Parábola, 2001. p. 150 (Adaptado).
Marcos Bagno defende a ideia de que o uso do “onde” com outras acepções além de “espaço físico”
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Onde não é só lugar
Uma ideia que precisa definitivamente ser abandonada é a que a palavra “onde” só serve para indicar “lugar concreto, espaço físico”, como tenta impor (inutilmente) uma longa tradição normativista. Numa atitude típica de um tradicionalismo de costas voltadas para os estudos linguísticos mais criteriosos, Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante, em Gramática da língua portuguesa, assim se pronunciam:
Há uma forte tendência, na língua portuguesa atual, em usar o onde como relativo universal, um verdadeiro cola-tudo. Esse uso curiosamente tende a ocorrer quando um falante de desempenho linguístico pouco eficiente “procura falar difícil”.
(CIPRO NETO; INFANTE, 1997, p. 436)
Temos aí, em tão poucas linhas, pelo menos três inverdades. Primeira: o uso de “onde” com diversos valores sintáticos e semânticos não é uma “forte tendência na língua portuguesa atual”; é um uso devidamente registrado na língua desde suas fases mais remotas. Segunda: “onde” não é usado como “relativo universal, um verdadeiro cola- tudo” - existem regras para o uso do “onde”, só que, por serem regras não abonadas pela norma-padrão clássica, nenhum autor de gramática normativa se dá ao trabalho de descrevê-las e registrá-las. Terceira: o uso de “onde” para se referir a outras coisas além de “espaço físico” não ocorre na produção verbal de falantes “de desempenho linguístico pouco eficiente”. A menos que os autores da gramática citada assim considerem, por exemplo, o poeta Luís de Camões.
BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro: um convite à pesquisa. 2. ed. São Paulo: Parábola, 2001. p. 150 (Adaptado).
Marcos Bagno, ao analisar a variação do “onde”, posiciona-se de modo bastante crítico quanto a uma determinada base de interpretação da língua.
Ele dirige sua crítica à maneira como os fatos linguísticos são abordados
Leia o texto a seguir.
A competição entre formas puramente externas, por outro lado, é privilegiadamente observada no campo da terminologia, onde a denominação icônica de um objeto, por exemplo, pode não sofrer pressão tanto da sua
funcionalidade como da sua forma, ou ainda de outras de suas características.
NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática funcional. São Paulo: Martins Fontes, 1997. p. 111.
Nesse recorte textual, Maria Helena de Moura Neves, um dos maiores nomes da Linguística no Brasil, usa o “onde” para indicar algo diferente de “espaço físico”.
O sintagma retomado anaforicamente pela palavra “onde” é
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Economês - A Folha combate o economês, um vício de estilo comum em jornalismo econômico, como se vê em: À autoridade monetária está praticando uma política contracionista de redução de juros reais com o objetivo de tentar conter a recessão econômica. Essa longa frase pode ser substituída por: O governo está baixando os juros para tentar estimular o crescimento da economia. Todos os termos técnicos e jargões devem ser evitados ou explicados em linguagem compreensível para qualquer
leitor.
MANUAL de Redação da Folha de S. Paulo. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 66. (Adaptado).
A frase “O governo está baixando os juros para tentar estimular o crescimento da economia” constitui, em relação ao enunciado que exemplifica o caso de economês, uma
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Economês - A Folha combate o economês, um vício de estilo comum em jornalismo econômico, como se vê em: À autoridade monetária está praticando uma política contracionista de redução de juros reais com o objetivo de tentar conter a recessão econômica. Essa longa frase pode ser substituída por: O governo está baixando os juros para tentar estimular o crescimento da economia. Todos os termos técnicos e jargões devem ser evitados ou explicados em linguagem compreensível para qualquer
leitor.
MANUAL de Redação da Folha de S. Paulo. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 66. (Adaptado).
A palavra “economês” constitui um neologismo formado a partir de um processo de
Leia o excerto a seguir.
“Garimpeiros do mar” encontram de tudo nas águas da Zona Sul
Histórias de quem passa os dias mergulhando na orla do Rio em busca de objetos que vão de joias a câmeras.
Disponível em: <hattp://oglobo.globo.com/rio/garimpeiros-do-mar- encontram-de-joias-a-cameras-fotografica-notas-de-euro-na-zona-sul-13758585>. Acesso em: 02 out. 2014.
As aspas são um sinal gráfico que exerce funções variadas no texto escrito.
No sintagma “Garimpeiros do mar”, as aspas servem para indicar que essa expressão